Em 2019, eu conheci a cantora Nina Joory em três momentos diferentes. O primeiro foi em uma reunião social com amigos e amigas e ela cantou a capela. Fiquei emocionado. Quanta bossa e que voz! Um tom diferente um pouco tímida ali naquele momento. A segunda vez foi em um estúdio de gravação e dessa vez fiquei arrebatado por sua voz pela sua construção e potencia vocal.
Nossa ultima vez foi com Nina Joory no palco do Londra e lá ela mostrou que sua timidez é só quando está entre amigos. Soltou o vozeirão acompanhada pelo sax de George Israel. Fiquei fã da cantora e da pessoa Nina Joory. A convidei para cantar nesse projeto “Chico e Minhas Amigas” e ela arrasou ” O que será/ Que será” , gravado em francês e filmado em Ibiza, que tal?
Nina canta e compõe em inglês, em português, em espanhol e em francês. O estilo dela é um “pot-pourri” de suas raízes assim como seus gostos musicais que incluem o pop americano, a música brasileira e latina, e também o R&B.
No palco, Nina transita entre vários universos. Ela já cantou ao lado de Daniel Jobim, neto de Tom Jobim, assim como em varias boates, inclusive na The Week, no Rio de Janeiro. Atualmente, Nina está colaborando com produtores e compositores de Miami, Los Angeles e Rio de Janeiro em trabalhos novos pessoais, assim como em várias composições e produções para artistas emergentes americanos, brasileiros e latinos.
Quando você descobriu Chico?
Minha relação com a música do Chico é diferente dos brasileiros que moram no Brasil. Apesar de ter pais brasileiros, eu nasci e cresci na Suíça, então acabei descobrindo ele um pouco mais tarde.
Escutei a música “Construção” pela primeira com o meu pai… eu devia ter uns dez anos. Fora isso, visitei a música dele por outros caminhos, por exemplo na reprise do Claude Nougaro, que eu incluí na minha performance de “O Que Será/Tu Verras” que eu fiz pra você.
O que seus pais ouviam Chico quando você era uma criança?
Sim! Eles ouviam Chico, Gil, Djavan, Caetano, Gal, Elis, assim como vários outros grandes nomes quando estavam saudosos do Brasil.
Você é romântica no modo 2020 ou a moda antiga?
Tudo tem a sua relação. Eu acho que eu sou uma mistura. Me considero uma pessoa super romântica. Da mesma forma que eu gosto de ser cortejada, eu também às vezes gosto de dar o primeiro passo. Porém, não canso de ser romântica nas minhas composições, que seja modo 2020 ou a moda antiga.
O seu par tem que gostar de Chico?
Não necessariamente, mas acho que eu vou sempre gostar de alguém eclético que possa curtir comigo um Chico de vez em quando.
O seu par tem que ter um lado feminino?
Eu acho que cada relacionamento é um Ying e um Yang. Cada pessoa tem um pouquinho de tudo dentro de si. Tendo dito isso, acho importante o meu parceiro ter uma conexão forte com suas emoções e sua vulnerabilidade.
O par que entende a mulher é o mais atraente?
Sim, sempre! Vence de qualquer outro. Acho super atraente um parceiro que dá de si para entender a mulher, pois eu acho que um casal tem que ser complementar.
Você cantarola Chico?
Sim, algumas canções passam pela minha cabeça de vez em quando, e eu acabo cantarolando.
Quando você ouve Chico ou vê a imagem dele, o que você sente?
Sinto uma sensação mais nostálgica. Como eu nasci depois da era da MPB, eu vejo o Chico mais como um ícone dessa época.
Nos seus planos de futuro você inclui Chico?
Eu sempre tento inovar meus sons e mesclar minhas influências para criar um produto inédito porém autêntico, que conversa com quem eu sou. Eu acho que o Chico, tanto quanto vários outros ícones da música brasileira, sempre estarão presentes no que eu faço, mesmo que inconscientemente ou sutilmente.
Em que momento você visita Chico em livro ou música?
Eu ouço muitos gêneros musicais diferentes, em particular em português, inglês e espanhol. Mas de vez em quando bate a vontade de mergulhar nas letras e melodias do Chico que evocam essa época poderosa da música brasileira.