Alex Flemming é paulistano e artista multidisciplinar e já atravessou várias crises. Crise do mercado de arte, crise econômica e política e agora essa pandemia. Trabalhou pelo Brasil e morou anos em Berlim. Tem vivencia e expertise. Suas obras estão em importantes coleções particulares e institucionais. Em São Paulo, é um marco na cidade. Suas obras na estação Sumaré, do metro são um dos grandes exemplos da ocupação artística em espaços públicos no século XX. Conversamos um pouco sobre esse momento tão aflitivo.
1) Onde você está hoje na pandemia?
Estou passando a pandemia em meu atelier de São Paulo
2) Seu atelier está ativo?
Ativíssimo, trabalho todos os dias
3) Suas pesquisas são as mesmas em que você estava trabalhando ou mudaram?
Nada mudou: continuo fazendo meu percurso
4) O que tem te atraído nesse momento em particular?
Uma introspecção profunda
5) Suas gravuras e o cinema foram o começo de sua carreira você ainda trabalha com essas mídias e hoje você acrescentou outras ferramentas a sua pesquisa.
Tenho muita vontade de voltar a fazer gravuras em metal, mas infelizmente não tenho um atelier adequado para isso ; quanto ao cinema, desejo ardentemente voltar a praticá-lo.
6) Quais são as mudanças mais significativas que você sente na sua arte?
As mudanças são mentais ; para o público elas aparecem rapidamente “de supetão” mas na verdade o processo de decisão é lento e muito profundo
7) Você precisa dessa velocidade das grandes cidades para criar?
Não ; preciso sim de um atelier bastante tranquilo
8) O que você tem feito? Que filmes? Que livros e a música?
Tenho lido muito, o que faço aliás quase sempre. Nessas semanas de quarentena li as biografias de Mario de Andrade, Chica da Silva, Rondon e Euclides da Cunha
9) Você tem interesse hoje de travar novas relações?
Claro
10) Você tem necessidade de novas experiências sensoriais você repete experiências?
Minhas experiências são quase sempre mentais, portanto não necessito de experiências no campo sensorial.