No sábado, dia 3 de outubro, o Museu Casa do Pontal, referência em arte popular brasileira, com o maior e mais significativo acervo deste segmento no país, abre a exposição “Até logo, até já”, com duas mil obras, para um momento de despedida e de celebração. As mais de nove mil obras da instituição, criadas por 300 artistas populares brasileiros, começam a ser transferidas para a nova sede, na Barra da Tijuca. A exposição fica em cartaz ate 8 de novembro, quando as obras seguirão para o novo espaço. As demais sete mil peças, guardadas atualmente na reserva técnica da instituição ou em itinerância, já começam a seguir para o novo espaço na Barra em outubro. Desde 2010 o Museu luta para manter em segurança esta coleção única no país, longe das inundações que passaram a ameaçar este inestimável patrimônio, causadas pela urbanização do entorno.
Lucas Van de Beuque, diretor-executivo do Museu diz que “este é um momento de agradecimento e de boas notícias”. A diretora-curadora do Museu, Angela Mascelani, destaca: “Estamos dedicando esta reabertura na sede histórica, que durará um mês, aos afetos e aos corações. Aos que aqui se apaixonaram, aos que seguiram as trilhas da cultura popular, aos que dançaram em nossos jardins e terreiros. Aos que querem continuar nessa aventura multicultural”.
Fechado desde março por causa da pandemia, o Museu adotará o protocolo contra o Covid-19 para receber o público em segurança. O percurso da exposição é dividido em oito temas, e o público poderá ver, na casa histórica fundada em 1976, as obras emblemáticas de grandes artistas como de Mestre Vitalino (1909-1963), Manuel Galdino (1929-1996), Zé Caboclo (1921-1973), e Luiz Antonio, do Alto do Moura e Caruaru, Pernambuco; Noemisa Batista (1947), Maria Assunção (1940-2002), e João Alves, do Vale do Jequitinhonha, Minas; Celestino (1952), e Nino (1920-2002), de Juazeiro do Norte, Ceará, no Cariri (região cultural que engloba quatro estados do nordeste); além da instalação cinética Escola de Samba, de Adalton Fernandes Lopes (1938-2005, Niterói), com seus mais de 300 personagens em cerâmica que se movimentam ao ritmo do samba; além das criações dos mineiros Antonio de Oliveira (1912-1996), e Dadinho (1931-2006), que viveu em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, entre muitas obras.
Ao longo de seus 44 anos de história, o Museu coleciona fãs por toda parte. Entre os vários depoimentos que já recebeu, de artistas, pensadores, colecionadores, dirigentes de instituições culturais, empresários, entre outros, estão os de José Saramago, Gilberto Gil, Edgar Morin, Marieta Severo, Bia Lessa, Paulo de Barros, Otto, Osgêmeos, Emanoel Araújo e Danilo Miranda.
A nova sede do Museu Casa do Pontal será inaugurada no segundo trimestre de 2021, com uma grande exposição de longa duração, com os destaques de seu raro acervo.