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A artista plástica Amalia Giacomini abre amanhã (14/10) na Galeria Lurixs, no Leblon, a sua individual “Bordeline” com a curadoria de Fernanda Lopes. Aproveitamos a oportunidade para fazermos perguntas sobre o seu novo trabalho e conhecer um pouco do seu processo criativo. 

 

1)  Quando foi que você procurou a arte como forma de expressão?

Só quando estava na faculdade, embora eu tenha crescido num ambiente muito permeado pelas artes. 

 

2) Sua formação em arquitetura foi decisiva para você na sua criação artística?

Com certeza, meus primeiros trabalhos surgiram a partir de questionamentos e reflexões da prática da arquitetura.

 

3) Por que o uso das linhas no seu trabalho?

Porque a linha tem a ver com desenho, com o modo como algumas ideias se organizam antes de se tornarem qualquer coisa. Tem a ver com como percebemos a arquitetura, por exemplo, na linha virtual que divide o chão da parede, na linha de um canto, na linha do horizonte e assim por diante.

4) Colocar uma ordem ou um sistema é fundamental no seu trabalho?

Acho que sim, mas para subvertê-la em algum nível. Alguma surpresa ou deslocamento tem que acontecer, se não o trabalho não ganha vida.

5)  O que você pesquisa em seu trabalho?

Não sei se diria que lido com uma objetividade a ponto de delinear “uma pesquisa”. Mas certamente meus trabalhos orbitam um campo que tensiona a dimensão de ideia, de desenho, de projeto, com a coisa construída, presente, real e sensível. Ao meu ver, colocam em cheque a pretensão de universalidade e de pureza com a qual a geometria pautou, principalmente, a minha formação como arquiteta.

 

6) De alguma maneira a pandemia afetou seu trabalho criativo?

Não especificamente no trabalho, mas num sentido mais amplo, com uma reflexão sobre o lugar da arte no mundo, sobre quais suas possibilidades e graus de atuação possíveis.

 

7) Conta um pouco sobre sua nova exposição.

Apresento nessa exposição trabalhos recentes feitos nesse ano, como duas séries de desenhos bordados,  dois objetos de chão, além de alguns experimentos escultóricos de diferentes escalas que acionam diferentes sessões da galeria.

“Tapume” (2021), por exemplo, é uma grande escultura articulada que assume configurações variadas na sala, e assim transita no limite entre uma pintura, uma escultura ou mesmo uma arquitetura efêmera. 

Já na obra “Vão” eu me apropriei de uma ligação entre os pisos da galeria – que normalmente está fechada por ser usada apenas para passagens de obras grandes – e a mantive aberta. Desse modo, a obra atravessa verticalmente a galeria, criando uma nova relação do espaço.

Na fachada da galeria há a obra “Catenas” – feita com correntes que formam um grande “volume de ar” – que lida com a ideia de peso e leveza. Por ser mínimo materialmente, o trabalho se revela completamente diferente num dia de sol, quando vemos o brilho metálico das correntes e sombras projetadas, num dia nublado, quando elas parecem linhas pretas, ou mesmo à noite ou num dia de vento. Gosto dessa vida cotidiana do trabalho no mundo.

Amalia Giacomini

 

Amalia Giacomini

 

Amalia Giacomini

 

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