• Post author:

Nos anos 90 do século XX, o Rio de Janeiro foi atingido pelo uma onda, não uma tsunami, mas a onda dos restaurantes japoneses e os sushis men tomaram a cidade maravilhosa. No dia 01 de novembro acontece o Dia Internacional do Sushi e para marcar esse dia conversamos com um sushi men Eduardo Nakahara,  um dos percussores da invasão nipônica gastronômica no Rio de Janeiro.

Eduardo Nakahara é nissei e nasceu em Santos.  Sua família não tinha restaurante, mas Eduardo tinha um tio que era sushi man e esse tio que quase não falava português abriu as portas para o adolescente que tinha que trabalhar e estudar. O sushi antes patrimônio cultural japonês transcendeu as fronteiras no século XX e virou fenômeno gastronômico mundial.  O peixe cru moldado na superfície de um bolinho de arroz avinagrado ganhou o mundo e novas versões por onde passou.

Na metade dos anos 80, Eduardo veio com o tio ao Rio de Janeiro para um mês de experiência no restaurante Take, em São Conrado. O tio não gostou, mas em compensação, Eduardo ficou encantado com a cidade e com os peixes tão frescos e tão diversos. O tempo passou e Eduardo trabalhou em São Paulo, mas a ideia de voltar o Rio andava com ele. Finalmente, ele voltou para fincar seus pés nas terras cariocas.

Primeiro lugar que trabalhou foi o restaurante Miako, no centro do Rio. Depois, foi convidado para trabalhar no Madame Butterfly, restaurante japonês icônico em Ipanema, onde os verdadeiros apreciadores e dos sushis e sashimis  lotavam o restaurante todas as noite.

“O peixe fresco você o vê brilhar na vitrine do sushi man. Eu não como sushi se não houver esse brilho de frescor “, conta Nakahara. Durante os tempos do restaurante Madame Butterfly, a crise sanitária abalou os restaurantes japoneses. Salmonela, entre outras suspeitas fez com que os restaurantes de lotados um dia ficassem vazios no outro.  Aí aconteceu a popularização do sushi frito. Os Hots Rolls entraram no mercado pelos restaurantes chiques e acabaram conquistando os restaurantes a quilo.  Uma democratização em massa.  

Os sushis do sushi man Eduardo Nakahara do Mitsuba

 

Na década que Eduardo Nakahara passou no Madame Butterfly a procura por sushis man  aumentou no Brasil e o Nakahara começou a ministrar cursos em várias cidade do país e viajou para o Oriente diversas vezes. O Madame Butterfly implodiu e o mestre do sushi foi trabalhar longe do seu público da zona sul. “Nunca tive restaurante”, conta ele, que foi para o bairro da Tijuca trabalhar no Mitsuba. Durantes esses cursos pelo Brasil suas fichas de fornecedores e pescadores foram só aumentando. Hoje Eduardo Nakahara tem um glossário dos melhores fornecedores do país. Pense, ovas de truta, ele tem o caminho.

O público da Tijuca e os frequentadores do Maracanã em seus jogos de domingo e nomeio da semana pouco a pouco foram descobrindo o Mitsuba até que começou a lotar todos os dias. O sucesso chegou para o Mitsuba e para sushi man. Em 2018, ele abriu sua escola de culinária japonesa a Nakahara Sushi School, na Barra da Tijuca. Desde o seu começo ensinando a arte do corte e olhar pelo peixe fresco e tirar o seu melhor passaram pelo seu curso mais de mil alunos.

O restaurante Mitsuba mudou de endereço e hoje está no Rio Design Leblon, onde o sushi man  apresenta seu melhor. “Aqui posso servir uma variedade de trintas peças de sushi sem repetir peixes ou frutos do mar”, garante o mestre Eduardo Nakahara.

 

O sushiman Eduardo Nakahara