Ontem (12/07) aconteceu o lançamento do livro “Viver é uma arte: transformando a dor em palavras” da editora (Letramento) o livro de estreia da atriz Beth Goulart. O lançamento aconteceu na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. Repleto de afetos, de histórias de mãe e filha unidas pela arte, mas, acima de tudo, pelo amor e pela maternidade. A mãe, Nicette Bruno; a filha, Beth Goulart. Atrizes que dividiram a vida e o palco, que planejaram escrever um livro juntas, em que contariam um pouco de suas histórias, da filosofia e percepção sobre a vida, os momentos inesquecíveis de cumplicidade entre elas e em família.
O amor de Nicette Bruno e Paulo Goulart atravessou décadas, gerações em frente à TV, nas plateias dos teatros. Estava combinado que Beth seria a narradora; Nicette faria uma costura, e com sua sabedoria iria tecer comentários sobre os temas como amor, afeto, família, fé e a arte que está no DNA de toda a família.
O livro começaria com a morte de Paulo Goulart em 2014, depois de uma luta de quatro anos contra um câncer, e como foi vivenciada essa perda tão profunda por elas. Mas a força tão poderosa do Teatro ajudou as duas a transformarem essa dor em arte, quando Beth fez a adaptação do livro Perdas e ganhos, de Lya Luft, e dirigiu sua mãe neste espetáculo, que foi uma catarse pessoal e coletiva.
“Foi uma forma de tirar mamãe daquele luto e transformar aquela tristeza em história, com as boas lembranças da vida que viveram, que vivemos com ele”, reflete Beth. Tudo seria compartilhado no livro como um dos temas mais significativos: a superação. Mas 2020 chegou com a inesperada pandemia pela Covid-19, e o processo do livro que havia começado há pouco tempo foi interrompido pela brusca e dolorosa partida de
Nicette Bruno, após 21 dias do diagnóstico.
“Choque. Dor. Morte. Pausa. Silêncio. Amor. Pausa. Silêncio. Saudade. Fé. Eternidade. Essência. Luz. Amor. Pausa. Silêncio. Paz. Deus. Amor. Deus. Amor. Deus.” Essas são algumas das palavras compartilhadas logo após as primeiras páginas da apresentação de Beth Goulart para a publicação. Mais umavez o luto foi necessário, e o livro teve que esperar o tempo de recolhimento da filha que precisou seguir sozinha seu caminho de transformação.
Agora, Viver é uma arte: transformando a dor em palavras (Letramento) chega às livrarias em junho, como uma homenagem à Nicette Bruno, com prefácio de Nélida Piñon e posfácio da atriz Fernanda Montenegro, amiga de uma vida inteira de Nicette e Paulo.
Fotos Cristina Granato