A exposição “Laços de Sangue” de Maria Lucia Fontainha, abriu no Centro Cultural dos Correios, no dia 17 de fevereiro. A exposição é um reporte, do universo familiar. Sensações, que se globalizam no amor. Sensações do ser humano.
Num período de oito meses, a artista recolheu fotos e histórias antigas da família, reunindo memórias sobre a sua identidade feminina e assim, construiu um universo de registros para se inspirar na sua exposição. “As memórias que fazem com que você se sinta um ser humano que tenha passado. Se você recusa essas memórias, você recusa quem você é. Acessar essas memórias me dá uma sensação de aconchego e de pertencimento. Uma questão de ser e de pertencer a um lugar. Eu sou o que sou porque eu as tenho atrás de mim. Sou uma composição de tudo isso que me fez. Tudo tem um passado e esse passado é construído aos poucos.”, explica a artista.
O público é convidado a visitar o início da história da artista, da história dos seus familiares e muitos meios de composições e recomposições entrelaçados. Registros mostram gatilhos de feridas, mas também são galopes da evolução nas dores, revoluções e reorganizações.
Tudo isso é mostrado através de uma instalação que conta com uma escultura central de coração, o que vem sendo símbolo de seu trabalho, que permeia o feminino visceral e sensível, rodeada de imagens, lembranças, e recortes de textos da artista.
A exposição, que ocupa uma sala do segundo andar do Correios, apresenta poemas da artista impressos na parede, um grande coração feito de algodão, arame e pães, peça central, no meio da sala. Além disso, 6 retratos de representantes familiares femininos em tamanho real tecido fluido branco, 200 quadros em 4 tamanhos diferentes com fotografias das mulheres que fizeram e fazem parte da família da artista, no decorrer de 209 anos.
Fotos Marco Rodrigues