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Uma lona de circo instalada na Praça-Jardim irá receber profissionais deste maravilhoso universo durante todo o mês de outubro, no Festival “O Circo Chegou!”. E, especialmente, nos dias 8 e 9 de outubro, além de mais de 20 atrações circenses, o Museu do Pontal receberá a feira Junta Local, com 40 expositores. O Festival acompanha a exposição “O Circo Chegou!”, com curadoria de Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, com aproximadamente 70 conjuntos de peças, que celebra um ano da nova sede, na Barra. Em torno da obra “O circo”, do magistral artista Adalton Fernandes Lopes (1938-2005), de Niterói, a mostra reúne trabalhos de outros 17 grandes artistas populares.

Complementam a exposição fotografias que abordam o universo mágico do circo e da comicidade popular, através dos olhares de nove fotógrafos, como o francês Pierre Verger e o carioca Ratão Diniz. O Museu do Pontal traz ainda para o foyer um recorte da “Ocupação Benjamim de Oliveira”, exposição do Itaú Cultural que apresenta a vida e a obra de um dos mais importantes artistas circenses, considerado o primeiro palhaço negro do Brasil. Nos dias 8 e 9 de outubro vans gratuitas farão o trajeto entre a estação do metrô Jardim Oceânico e o Museu do Pontal.

Museu do Pontal

 

O Museu do Pontal celebra, no dia 8 de outubro de 2022, um ano de atividades em sua nova sede na Barra da Tijuca com um festival e uma exposição dedicados ao Circo. Desde 9 de outubro de 2021, quando a nova sede foi aberta ao público, o Museu do Pontal já recebeu mais de 60 mil pessoas, um número duas vezes superior ao esperado, e três vezes superior à média anual de seu antigo endereço, no Recreio dos Bandeirantes.

Com a proposta de ser um centro cultural, o novo Museu do Pontal oferece intensa programação de espetáculos e oficinas que celebram a diversidade da cultura popular brasileira. Em um ano, foram realizados mais de 120 espetáculos e oficinas, que envolveram a apresentação de mais de 400 mestres/ artistas/músicos/palhaços do Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão, São Paulo, Ceará, Pará e Mato Grosso, entre outros estados. Neste ano, um dos grandes destaques foi o Festival Julino, que reuniu mais de 10 grupos, incluindo a rainha da ciranda, Lia de Itamaracá, com 4 mil espectadores.

Saltimbanco

 

 “O CIRCO CHEGOU!” – NOVA EXPOSIÇÃO NO MUSEU DO PONTAL

A exposição “O Circo Chegou!”, que tem curadoria dos diretores do Museu do Pontal, Angela Mascelani e Lucas Van de Beuque, vai reunir aproximadamente 70 conjuntos de peças em torno da obra cinética “O circo”, do magistral artista Adalton Fernandes Lopes (1938-2005), de Niterói, com mais de 100 personagens que se movimentam. Na Praça-Jardim, uma lona de circo será o ponto central do Festival “O Circo Chegou!”, que receberá dezenas de profissionais convidados durante todo o mês de outubro. Os espetáculos também serão realizados em outros espaços do Museu do Pontal, como a Sala Multiuso, a fachada e a área verde.

O Festival “O Circo Chegou!” foi cuidadosamente elaborado pela equipe do Museu do Pontal em parceria com o ator, palhaço, educador e pesquisador da cultura popular brasileira Ricardo Gadelha, que será o Mestre de Cerimônias nos dias 8 e 9 de outubro.

Os espetáculos abordam toda a diversidade do mundo do circo, com palhaços, acrobacias, pernas de pau, malabares, dança, música, bolhas de sabão e mágicos, e apresentação de companhias como Circo Saltimbanco, Circo da Silva, Cia Teatro de Anônimo, Punk Rock Circus e Coletivo NOPOK. Haverá ainda um espetáculo de teatro com a Cia de Mysterios e Novidades, e cortejo com palhaços de Folia de Reis e Bate Bola. A artista Adelly, preparadora e coreógrafa na novela “Cara e Coragem”, da TV Globo, fará uma dança vertical na fachada do Museu do Pontal.

 “O CIRCO”, DE ADALTON

Esta obra que encanta todos os públicos é uma engenhoca ou, como muitos preferem chamar, uma geringonça. Com mais de 100 personagens, é um tipo de máquina de fabricação manual, que utiliza diversos materiais reciclados e, muitas vezes, adapta peças e engrenagens, inventando sistemas para fazer movimentar figuras articuladas – palhaços, trapezistas, encantadores de serpentes, equilibristas, mágicos, músicos e dançarinos. Como ocorre no mundo poético da arte popular brasileira, essas máquinas são únicas, e trazem as marcas do pensamento criativo de seus autores.

Em torno desta obra, a exposição “O Circo Chegou!” reunirá trabalhos de Antônio de Oliveira (Minas), Mestre Vitalino (Pernambuco), Ciça (Ceará), Claudio Henrique (Alagoas), Severino Vitalino (Pernambuco), Socorro Rodrigues (Pernambuco), Manoel Eudócio (Pernambuco), Mestre Abel (Maranhão), Vavan (Alagoas) e João das Alagoas.

A esses artistas se agregarão obras de Adauto Alves Pequeno (Rio de Janeiro), Henrique Huesca Hidalgo(São Paulo), Maria Cândido Monteiro (Ceará), Molina (São Paulo), Rita Huesca Hidalgo (São Paulo) e Véio (Sergipe) de coleções convidadasCentro Nacional de Folclore e Cultura Popular, SESC São Paulo e Itaú Cultural.

E para dialogar com esse grande acervo, foram convidados fotógrafos que em seus percursos se interessaram pela estética e a força imagética do circo. Assim, estarão na exposição “O Circo Chegou!” fotografias de Cafi (Pernambuco), Celso Brandão (Alagoas), Claudio Edinger (Rio de Janeiro), Luiz Braga (Pará), Luiz Hossaka (São Paulo), Márcio Vasconcelos (São Paulo), Pierre Verger (França), Ratão Diniz (Rio de Janeiro e Walter Firmo (Rio de Janeiro), oriundas do Instituto Bardi, Fundação Pierre Verger, Instituto Moreira Salles, Coleção Marta e Paulo Kuczynski e de acervos dos artistas.

Museu do Pontal

 

ESPAÇO DA IMAGINAÇÃO E DO SONHO

“O circo é um espaço privilegiado da imaginação e do sonho, e por ser itinerante, ter uma estrutura provisória – com cobertura de lona, que facilita o transporte – nos sugere ideais de liberdade, sonho e escolha. O desenho da montagem da exposição busca surpreender o público, trabalhando com o fantástico, o diminuto, o poético, trazendo as funções intrínsecas do circo, baseadas na ilusão dos sentidos, na quebra de expectativas e dos limites do corpo”, observa a curadora e diretora do Museu do Pontal, Angela Mascelani.

Inspirada pelo caráter nômade, que leva o circo a transitar por diferentes culturas, assumindo múltiplas identidades, a exposição reunirá ainda fotografias e filmes que abordam tanto o circo tradicional, de origem europeia, quanto os circos contemporâneos, bem como a comicidade presente nas festas populares, com seus palhaços fanfarrões, divertidos e animados, figuras típicas da folia de reis mineiras, dos reisados pernambucanos, dos guerreiros de Alagoas, do bate-bola carioca e do bumba-meu boi do Maranhão.

O circo, de forte apelo lúdico, simboliza a complexidade e beleza da arte popular brasileira. Nos pequenos circos interioranos, o conhecimento – sofisticado e invulgar – se aprende de maneira autodidata, diluindo as fronteiras entre arte, sobrevivência e aventura. Para o curador e diretor do Museu do Pontal, Lucas Van de Beuque, “A exposição foi desenvolvida pensando o acervo em conexão com o universo vivo e pujantedo circo e das culturas populares, por isso temos também o festival e outras atividades ao longo do mês de outubro ocupando nossa praça e fazendo do museu um grande picadeiro”.

SOBRE ADALTON

Adalton Fernandes Lopes (1938-2005) nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro. O artista contava que sua chegada ao mundo da arte se deu por inspiração das notícias que ouvia sobre o ceramista Mestre Vitalino, de Pernambuco. Desde jovem, gostava das festas coletivas, das Folias de Reis e das cantorias que eram feitas nas vizinhanças de sua casa. Obcecado pelo desejo de “dar vida” a seus personagens, Adalton criou grandes máquinas poéticas, nas quais os personagens ganham animação a partir de um sofisticado sistema de cordas e polias que conjuga música e movimento. Tanto no mecanismo de suas engenhocas quanto na criação de materiais alternativos ao barro (como misturas de outros insumos ao papel machê), fica evidente a importância das técnicas desenvolvidas por ele para que os seus personagens possam suportar o movimento, ganhando leveza e maleabilidade. Adalton Lopes tomava o mundo vivido como inspiração. Suas obras alargam a noção de experiência, incluindo, sem hierarquias, o vivo e o sonhado.

OCUPAÇÃO BENJAMIM DE OLIVEIRA – ITAÚ CULTURAL

Em parceria com o Itaú Cultural, o Museu do Pontal traz para o foyer um recorte da “Ocupação Benjamim de Oliveira”. A exposição, que foi montada na íntegra na sede da organização, em São Paulo, entre novembro de 2021 a fevereiro de 2022, apresenta a vida e a obra de um dos mais importantes artistas circenses do Brasil.

Nascido em Pará de Minas (MG), filho de uma mulher escravizada com o capataz da fazenda, Benjamim fugiu com o circo aos 12 anos, quando iniciou sua formação artística. Aos 19, foi palhaço pela primeira vez e atuou nos palcos-picadeiros e bastidores do circo durante mais de cinco décadas. Foi palhaço, ginasta, acrobata, músico, cantor, dançarino, ator, autor de músicas e peças teatrais e diretor de companhia.

Esta “Ocupação” – a primeira do Itaú Cultural a homenagear um artista circense, com curadoria dos Núcleos de Artes Cênicas e do Observatório do Instituto, e cocuradoria de Erminia Silva – leva ao público a família e a carreira de Benjamim, assim como o circo no Brasil entre o final do século XIX e o começo do XX.

O recorte apresentado no Museu do Pontal reúne fotos dos circos e de Benjamim em cena, anúncios dos espetáculos em jornais, revistas e matérias da época, e vídeo sobre sua trajetória.

Para conhecer mais sobre o artista, o Itaú Cultural disponibiliza gratuitamente a partir do dia 8 de outubro, em seu site www.itaucultural.org.br, a versão digital do livro “Circo-teatro: Benjamim de Oliveira e a Teatralidade Circense no Brasil”, de Erminia Silva, lançado em parceria com a editora Martins Fontes. Ainda, um vasto material produzido pelo IC para a “Ocupação Benjamim de Oliveira” está disponível no hotsite dedicado à exposição, em www.itaucultural.org.br/ocupacao.

JUNTA LOCAL

Nos dias 8 e 9 de outubro, a feira Junta Local estará no Museu do Pontal, com mais de 40 expositores.

O circo de pequenos produtores da Junta Local irá entrar no picadeiro que está sendo armado pelo Museu do Pontal para celebrar a comida boa, local e justa com sua comunidade de produtores. Nos dois dias do festival, serão mais de 40 barracas representando toda a gama de produtores da Junta Local, numa curadoria especial para o evento: hortifruti fresquinho do campo, pães, queijos, vinhos e cervejas artesanais e comidinhas. Como sempre, as feiras são escoltadas pelo trio de Juntos com Certeza.

Sobre a Junta Local:
A Junta Local é uma comunidade que busca transformar o sistema alimentar através da comida, boa, local e justa. Criada em 2014 e composta por mais de 180 produtores locais, a Junta Local realiza feiras e mantém um site através (www.juntalocal.com) do qual é possível ter acesso direto a uma vasta seleção de produtos e conteúdos especiais sobre a produção local.

TRANSPORTE GRATUITO

Para facilitar o acesso ao Museu, nos dias 8 e 9 de outubro vans gratuitas sairão da estação do metrô Jardim Oceânico. As vans sairão a cada 15 minutos, a partir das 9h30 até as 19h no sábado e das 9h30 até 16h no domingo. Na volta as vans também estarão disponíveis até o encerramento do evento.

Para quem vai de carro ou de transporte privado, o endereço é Avenida Célia Ribeiro da Silva Mendes 3.300, Barra. Recomendamos usar como referência o condomínio Alphaville Residências, que fica bem ao lado do Museu.  

 Recomendamos utilizar metrô e vans gratuitas, táxi ou aplicativos de transporte privado.

“NOVOS ARES! PONTAL REINVENTADO”

O público poderá ainda visitar as outras cinco exposições “Novos Ares! Pontal Reinventado”, com cerca de 2 mil obras, além de conteúdos audiovisuais, como o jogo digital interativo de danças brasileiras, em que o participante aprende passos de frevo, jongo, carimbó, chula ou funk.

O Museu do Pontal abriga ainda a cafeteria Divino Café e a loja de arte popular brasileira GIM Galeria Imaginária, com obras e peças de design de artistas populares contemporâneos.

O Museu do Pontal, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem como patrocinador estratégico o Instituto Cultural Vale, e como patronos o BNDES, Itaú, Repsol Sinopec Brasil, e ainda a Prefeitura do Rio.

 MUSEU VERDE E FLORESCENDO

A nova sede do Museu do Pontal foi projetada dentro do conceito de sustentabilidade, prevendo ações que gerem a redução dos seus impactos ambientais. Esse cuidado está presente desde o projeto de paisagismo do prestigiado Escritório Burle Marx, que incluiu o plantio de dezenas de milhares de mudas de 73 espécies nativas brasileiras, contribuindo para a diversidade botânica local, melhora do ambiente para pássaros e a purificação e umidificação do ar da região. Além disso, todo o jardim é regado com água reaproveitada das chuvas, que somado ao sistema de irrigação, gera uma economia de cerca de 80% no uso de água.

Recentemente, com o apoio do Instituto Cultural Vale, o Museu do Pontal instalou painéis solares que permitem gerar 100% de energia da energia consumida. A produção de energia limpa garante ainda que em 25 anos a economia seja superior a R$ 9,5 milhões. O Museu do Pontal agora é exemplo de sustentabilidade para os demais museus do país.

 Serviço: Festival e exposição “O Circo Chegou!”

Festival: 8 a 30 de outubro de 2022
Exposição: até março de 2023

Museu do Pontal

Avenida Celia Ribeiro da Silva Mendes, 3.300, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, CEP

22790-711[ao lado do condomínio Alphaville Residências]

Quinta a domingo, das 10h às 18h (o acesso às exposições se encerra às 17h30, meia hora antes do horário de fechamento do Museu)

Horário especial no dia 8 de outubro – 10h às 22h.

Ingressos pelo link https://site.bileto.sympla.com.br/museudopontal/ – gratuitos ou com contribuição voluntária

O acesso aos espaços expositivos é limitado, e para maior segurança recomenda-se o agendamento prévio.