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O artista plástico Rafael Baron é natural do município de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro e começou a pintar na adolescência. Fica claro que por sua escolha da pintura figurativa que Rafael antes de tudo é um observador da condição e do comportamento humano. Sus pinturas buscam refletir essa observações e as características bem fortes dentro da cor e no conteúdo.  Seus retratos e selfies nos observam e também querem ser vistos  por nós espectadores desses criando um multifacetado espelho social. 

Rafael Baron está em cartaz com a exposição individual “Selfie” na galeria Portas Vilaseca com texto crítico do curador e educador Thiago de Paula Souza e com texto de apresentação de Rafael Fonseca. A artista Adriana Varejão completa a apresentação do artista  com uma série de perguntas sobre o seu trabalho. 

 

1) Rafael quando você começou a se interessar pelas artes?

Comecei a me interessar pelas artes logo criança, com os desenhos animados, sempre os copiava. E em seguida com o programa do Daniel Azulay, que me inspirou muito na infância, no Ensino Médio o Renascimento que abriu meus olhos para a pintura.

2) O desenho foi sua primeira opção?

Sim, acho que como toda criança, o desenho foi a abertura para o universo da Arte.

3) Como você chegou aos cursos de pintura?

A necessidade de aprender as técnicas, me levaram a cursos, ainda quando criança fiz um do Daniel Azulay, e depois alguns na escola Ensinart, onde fiquei durante 4 anos, dos 9 anos até os 13, em Nova Iguaçú, cidade onde nasci. Na adolescência e vida adulta fiz diversos cursos livres, sempre com o objetivo de evoluir minhas técnicas de pintura e composição.

 4) Porque você escolheu estudar teologia?

Quando tinha 24 anos eu comecei a frequentar uma igreja evangélica (neopentecostal), a convite de um amigo querido, só que eu sempre tive dificuldades de aceitar de primeira mão o que me dizem, durante as minhas visitas a igreja, me surgiu um interesse de estudar a Bíblia, para verificar se o que os pastores falavam, estavam de fato escrito nas escrituras. Me matriculei na faculdade de Teologia, aprendi diversos assuntos sobre varias religiões, sobre suas formações históricas, e acabou que o aprendizado que ali obtive, me fez sair da igreja.

 

Rafael Baron

 

5) A escolha pela figura vem do seus estudos de teologia?

Não, o interesse pela Arte figurativa surgiu muito antes do interesse pela Teologia.

6) Você teve orientadores que o conduziram para essa escolha principalmente figurativa?

Não, o interesse foi quase que instintivo, os grandes clássicos, como mencionei que estudei no Ensino Médio, me despertaram um interesse muito grande pela pintura figurativa, sobretudo o retrato.

 7) As cores para você são temas também de suas pesquisas ou acontecem por instinto?

Ambas as coisas, amo as cores, amo a vivacidade do meu trabalho, com variações das cores quentes e frias. Mas também é objeto de pesquisa, porque as composições cromáticas tem que ser bem pensadas, estudadas, se não o resultado final fica por conta do acaso, o que não me interessa muito. Claro que dou muito espaço para intuição e instinto, mas gosto de ter controle das minhas criações.

8) Fala um pouco sobre a sua individual na galeria Portas Vilaseca.

“Selfie” é a minha primeira individual na galeria. Foram muitos meses de trabalho e pesquisa para desenvolver uma serie com esse tema. Pensei em retratos onde o pintor seria coautor da criação da obra, em contraste com os retratos clássicos, onde o pintor dirige toda cena e iluminação. Na mostra eu também quis falar sobre a importância da autoafirmação, do empoderamento e da democratização do uso de imagens , que as selfies estão proporcionando, em link com as mídias sociais, especificamente o Instagram, que está proporcionando novas perspectivas de estética e autopromoção.

Para a exposição eu desenvolvi 15 obras, que estão ocupando os 3 andares da galeria, onde experimentei novos formatos e superfícies, diferentes dos que estou acostumado a trabalhar. O texto critico da exposição é do curador Thiago de Paula Souza, e eu junto com a equipe da galeria, desenvolvemos um catálogo com as obras da exposição, que estão sendo distribuídos para quem visita a expo, que conta com texto de apresentação do curador Raphael Fonseca e uma entrevista minha com a artista Adriana Varejão, onde falo um pouco da minha trajetória.

Rafael Baron

 

9) O quanto sua vivência é fundamental na direção do seu trabalho?

Bom, somos e produzimos o que consumimos. Então minha vivência é completamente responsável e fundamental para meu processo criativo, seja consciente ou inconscientemente.

10) Quais são suas referências artísticas?

Minhas referências passam tanto pela musica, quanto pelas artes visuais, e tem de tudo, tudo mesmo. Como Caravaggio, Rembrandt, Modigliani,Picasso, Matisse,Frida,  Lucian Freud, Norman Rockwell, Abdias,Eliseu Visconti, Bispo do Rosario, Heitor dos Prazeres, Belkis Ayon, Kerry James e outros maravilhosos, e animação também, os animadores da Pixar me inspiram muito. E da musica John Coltrane, Charlie Mingus, Curtis Mayfield, Yamandu Costa, Bob Marley, Marcelo D2, O Rappa, Sabotage, Emicida, Pearl Jam…, sem mencionar os fotógrafos, que ocupam uma grande parte da minha pesquisa,  É muita gente rs.

 

Rafael Baron

 

Rafael Baron

 

Rafael Baron

 

Rafael Baron