A Casa de Petrópolis Instituto de Cultura abre às portas para a exposição Duo, de John Nicholson e Vanda Klabin. A mostra homenageia o Rio através de pinturas e fotografias que retratam o mar de Ipanema sob diferentes aspectos. São obras e texto de apresentação do jornalista Joaquim Ferreira dos Santos que estarão à disposição do público a partir deste sábado, dia 05 de fevereiro.
Luiz Aquila, organizador da exposição, dá o tom do que o público poderá apreciar ao visitar a exposição: “Na velha tradição carioca de veranear em Petrópolis, as criações dos artistas John Nicholson e Vanda Klabin sobem a Serra. Vanda acompanha o sol o ano inteiro, a alvorada e o crepúsculo, da janela de seu apartamento em Ipanema. Essa atividade resulta em fotos muito pictóricas e tocantes. John, morador veterano do Rio, e observador da cena humana, ora praieira ora não, como nos retratos de Vanda Klabin, transpõe para sua tela com sabedoria e sensibilidade essas experiências visuais”.
Há mais de 40 anos no Brasil, o americano John Nicholson tem as praias da Zona Sul como principal cenário de suas obras. Em Duo, o artista, que foi professor de nomes como o de Daniel Senise, apresenta aquarelas da série “A Rita Levou…”, inspirada na jornalista Rita Capelli, uma legítima moradora de Ipanema. John criou estreita relação com o cenário do qual hoje resulta a mostra, onde fotografa e pinta sua musa em momentos como o jogo de altinha na praia, o balanço a caminho do mar e ao violão no fim do dia.
“Gosto de observar o Rio de Janeiro e sua luminosidade intensa, com seus ritmos barulhentos e vitais. Nesse trabalho retrato a nova garota de Ipanema, agora madura, independente, que curte o sol, mas trabalha e decide o próprio futuro”, explica John. O público poderá conferir ainda na exposição pinturas em acrílico abstratas, da série “Abstratos Líricos”, que com suas cores, complementam as curvas e vibrações da cidade.
Uma das principais curadoras do país, Vanda Klabin nasceu em Ipanema, onde passou parte da infância. Voltou a viver no bairro na década de 1990, de onde fotografa quase diariamente de sua janela o amanhecer e o entardecer na praia. Sempre inquieta e envolvida com inúmeros projetos ao mesmo tempo, em Duo ela apresenta ao público esses registros informais, que também costuma postar no Instagram e passaram até a ser referência para os surfistas observarem o movimento das ondas.
“É um olhar quase cotidiano, uma imersão na beleza convulsiva da paisagem de Ipanema que irradia um fluxo poético ao orquestrar grandes áreas de cor. A paisagem tem a gramática da pintura e os meus registros são conversas acaloradas com a o campo pictórico, são composições cromáticas de vibrações diversas. A captação regular do amanhecer e do entardecer, tem um desbravar, um novo acontecer, uma espécie de jogo caleidoscópico de visão rotineira, cotidiana – mas traz sempre uma nova visão do mundo”, explica, Vanda.
E ela completa: “o lugar é real, a minha interlocução com a natureza que sempre agencia novas experiências, tronou-se um constituinte da minha produção fotográfica. É um jogo composicional das sensações atmosférica sempre em expansão, onde registro as minhas reflexões pessoais nessa atmosfera cromática misteriosa. Puras sensações atmosféricas, que é um conjunto incontornável, com seus poentes rubros e praias de areias incandescentes. Toda fotografia disponibiliza um pedaço do mundo e tanto a fotografia como a pintura, são ambos sistemas de produzir imagens. Essa exposição é uma forma de homenagear o Rio de Janeiro e celebrar Ipanema, uma constante em minha vida! Um verdadeiro paraíso de possibilidades estéticas”.
A Casa de Petrópolis Instituto de Cultura fica no número 716 da Avenida Ipiranga, no Centro Histórico de Petrópolis. Os ingressos custam R$ 12 a inteira e R$ 6 a meia entrada e o espaço funciona de quarta a domingo, das 10h às 16h.