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No próximo dia 11/11 a artista plástica Solange Pessoa abre uma mega exposição que ocupa quatro andares do Kunsthaus Bregenz, importante centro cultural de arte contemporânea, situado na cidade Bregenz, na Austria. O curador da exposição é o diretor da instituição Thomas D.Trummer. A exposição fica em cartaz até o dia 04/02/2024.

A artista plástica mineira Solange Pessoa abre dia 11/11 mega exposição no Kunsthaus Bregenz importante centro de arte contemporânea na Europa

Solange Pessoa selecionou seis obras de sua série Sonhíferas de 2021 para a KUB Billboards. Formas arredondadas e pretas formam silhuetas de criaturas de aparência estranha. Apresentando um forte contraste, destacam-se do fundo branco. Não são animais, plantas ou figuras humanas, mas corpos amorfos em processo de mutação. Dobram-se e esticam-se, expandindo-se em todas as direções e transformando-se em formas sempre novas que ocupam o espaço da tela. O artista convida os espectadores a continuar o desenvolvimento com imaginação.

Os outdoors KUB localizados na Seestraße, a principal via de Bregenz, são parte integrante do programa da Kunsthaus Bregenz. Eles estendem cada exposição do KUB ao espaço público.

“Os espaços são muito importantes para mim na sua relação com a percepção, o corpo, os sentidos, a escala, as memórias, etc. Penso no espaço como um elemento vivo, activo e reflexivo, fluido e com múltiplos significados.”

Solange Pessoa

Solange Pessoa

 

Solange Pessoa

 

Solange Pessoa
Solange Pessoa – Sonhiferas

 

Solange Pessoa – Solorengas

 

Solange Pessoa – Solorengas

 

Solange Pessoa – Foto Alex Marks

 

Solange Pessoa

 

Em exibição no térreo está um vídeo. Mostra bronze liquefeito em processo de endurecimento. O filme é projetado em grande escala na parede de concreto do Kunsthaus Bregenz. Círculos claros ao redor do formulário. É um encontro de materiais – uma experiência visual, tátil, sonora e espacial.

Solange Pessoa é de Minas Gerais no Brasil. Ela se interessa pelas substâncias, pela simplicidade e pelo impacto das coisas que para ela se relacionam com a história da Terra e da humanidade. O artista chama a atenção para processos – estados e mudanças – e dá sentido às energias materiais. Seu olhar testemunha atenção, sensibilidade e paciência. O derretimento e o endurecimento do bronze tornam-se um tema tão significativo quanto a escultura resultante.

No primeiro andar estão sacos de aniagem costurados e suspensos no teto como paredes altas. Os sacos estão cheios de terra, alguns apresentam descoloração. Plantas, fragmentos de ossos e flores secas podem ser vistos. Alguns dos sacos contêm folhas de papel com textos, representações históricas e fotografias. “É uma espécie de grande arquivo universal, diverso e infinito, que alberga densas materialidades (físicas e simbólicas) numa relação entre natureza e cultura”, comenta Pessoa em conversa. Os artigos apresentam trechos de relatos históricos sobre a colônia portuguesa do Brasil e sua relação com a Áustria desde o início do século XIX.

Após o Congresso de Viena, a arquiduquesa Leopoldina dos Habsburgos casou-se com o príncipe herdeiro Pedro I, da casa real portuguesa de Bragança. Após o casamento, em 1817, foi lançada uma expedição austríaca ao Brasil: zoólogos, botânicos e minerologistas – em busca de recursos naturais – partiram para o Brasil, acompanhados pelo pintor Thomas Ender. Eles chegaram ao país durante um período politicamente turbulento. Dom Pedro rompeu com Portugal e coroou-se imperador do Brasil em 1822.

As fotos de Ender refletem a então típica visão exotizante da cultura estrangeira do Brasil; a arquiduquesa também pintou paisagens e representações de pessoas. Devido a problemas sociais e económicos, numerosos austríacos emigraram para o Brasil no final do século XIX e início do século XX. Algumas fotografias sobreviventes mostram famílias empobrecidas de Voralberg que partiram para tentar a sorte no Brasil.