No dia 9 de dezembro, sábado, será inaugurada, na Galeria do Lago, no Museu da República, a exposição “Corpo Formoso”, com 11 pinturas inéditas da artista carioca Yoko Nishio, que faz sua primeira exposição individual, depois de ter participado de diversas coletivas no próprio Museu da República, no Centro Cultural Correios de Niterói, no Sesc Teresópolis, entre outros reconhecidos museus e galerias.
Com cores fortes e vibrantes, em tinta a óleo sobre tela, as pinturas, que chegam a medir 1,90cm X 1,90cm, têm como tema a relação entre o corpo e a cidade, destacando os ornamentos que a artista vê nas pessoas e nos lugares, combinados às suas memórias e fabulações.
Estão retratados nas obras a feirante de Vila Isabel, com sua tatuagem no braço; pai e filho arrumados para uma festa em Cabuçu, em Nova Iguaçu; corpos que caminham na multidão de Calolé, na Bahia; as senhoras que conversam no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro, com estampas combinando com os ornamentos das fachadas; o bar em Madureira, cujos azulejos ornam com as roupas dos frequentadores; o homem que mostra orgulhoso a tatuagem com nome de seu filho no pescoço, entre muitos outros.
“O olhar interessado e atento de Yoko encontra nos anônimos que percorrem as ruas de cidades também sem identificação alguma, o objeto de seu interesse. O corpo se faz formoso porque é essencial. É necessário que a beleza e o cuidado prevaleçam sobre tudo que pode nos derrotar.
Encontrar o prazer de enfeitar muros, casas, corpos ou vestimentas é uma maneira de dizer ao empobrecimento, às perdas diárias que sofremos, às muitas faltas na vida, que nada é mais forte do que a vontade de superar. Procurar a alegria das cores e estampas faz parte de uma cultura de sobrevivência que o olhar da artista captura e compartilha com a mesma alegria”, afirma a curadora Isabel Portella.
SOBRE A CURADORA
Isabel Sanson Portella é graduada em museologia pela UNI-RIO (1989-1992), com especialização em História e Arquitetura do Brasil pela PUC-RJ (1995-1996), Mestrado (1998-2000) e Doutorado (2006-2010) em Crítica e História da Arte pela Escola de Belas-Artes/UFRJ. Atualmente é Coordenadora e curadora da Galeria do Lago Arte Contemporânea do Museu da República (IBRAM).
Crítica e curadora independente desde 2005, com textos e entrevistas em várias publicações (catálogos, periódicos e livros), elaborou textos de diversas exposições, entre elas: Intervenções Urbanas Bradesco ArtRio 2015 e 2016 e da exposição “Aquilo que nos une”, no Centro Cultural da Caixa Federal-SP. Em 2022, foi co-curadora do Projeto Decorporeidade: poéticas artísticas da deficiência selecionado no apoio às artes da DGArtes, Portugal e 2023 foi autora de um artigo sobre acessibilidade no livro “Hackeando o Poder”, de Panmela Castro.