A pessoa que primeiro me falou em flexitarianismo tentava resumir minha nova filosofia alimentar.
Tive um período ovolactovegetariano em que bani da minha dieta carmes, peixes e aves de todo tipo. Tomei essa decisão pensando na sustentabilidade do planeta, sim, mas não radicalizei a ponto de me tornar vegana, não me sentindo pronta para deixar de usar produtos de origem animal como couro, lã e seda.
Segui nessa linha até me submeter a uma cirurgia que me deixou uma anemia como sequela.
Tentei durante um certo tempo recuperar as hemácias sem recorrer à proteína animal, mas por mais tofu e derivados de soja que eu ingerisse, a anemia não cedia. Quando o instinto de sobrevivência falou mais alto, voltei a consumir, com bastante parcimônia, as carnes que eu riscara do cardápio. Ao ouvir a narrativa desta evolução, meu amigo disse:
– Então você é flexitariana.
Sem nunca ter ouvido essa palavra, acabei descobrindo ser o termo que descreve quem segue uma dieta com base em plantas mas eventualmente consome carne e peixe.
Há quem o faça com mais ou menos frequência, seja dia sim dia não, seja até apenas uma vez por mês por motivos ou culturais, em países onde os produtos de origem vegetal proporcionam o grosso do consumo de energia dos indivíduos, ou financeiros, onde os produtos de origem animal estão fora do orçamento do povo em geral.
Hoje o vegetarianismo aumenta no mundo inteiro, assim como o flexitarianismo, ou semi-vegetarianismo. Segundo alguns, este hábito, salvaria vidas e seria capaz de alimentar a população mundial sem causar danos ao planeta, outros, no entanto, sustentam que a palavra é uma contradição em termos, uma vez que seus seguidores consomem carne de animais.
Seja como for, diminuir sensivelmente o consumo de carne de animais passou a ser a minha meta. Venho fazendo isso sem sacrifício algum, e ainda me sinto bem comigo mesma por estar dando minha modesta contribuição para a sustentabilidade ambiental.
Então você é flexitariana! por Adalgisa Campos da Silva
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