ESG TEMA PRINCIPAL DO DEBATE CONTEMPORÂNEO
Foi uma tarde muito concorrida o encontro promovido pelo 15º Ofício de Notas e pela FGV Conhecimento, na ultima sexta-feira (31/03), no Hotel Fairmont.
O evento foi sem precedentes e abordou os temas relacionados às ações sociais, ambientais e de governança no setor público e privado. Presença de notáveis em várias áreas da sociedade carioca. Empresários de vários setores, o judiciário carioca em peso e mais atores e atrizes, representantes do terceiro setor e do entretenimento. Um público de 300 convidados, debateram os desafios e oportunidades das práticas ESG (Ambiental, Social e Governança).
Entre os palestrantes participaram Luis Felipe Salomão, ministro do Superior Tribunal de Justiça e corregedor nacional de Justiça; Nicola Miccione, chefe da Casa Civil do Rio de Janeiro; Eduardo Gussem, ex-procurador-geral da Justiça e especialista em compliance e o economista Sérgio Besserman, do Centro Brasil no Clima.
Também participaram do debate a ativista Luana Génot, fundadora e diretora-executiva do Instituto Identidades do Brasil, Preto Zezé, presidente nacional da Central Única das Favelas e Maria Rita Drummond, vice-presidente jurídica da Cosan. A mediação foi da jornalista Sônia Bridi, da TV Globo.
Governança e exemplos sociais
A diretora jurídica da Cosan, Maria Rita Drummond, compartilhou que as experiências na dimensão social das empresas não podem ser negligenciadas. “É fundamental que ESG seja o pilar de qualquer empresa e qualquer sociedade. Na parte ambiental, porque precisamos cuidar do nosso planeta. Já na parte social, principalmente no Brasil, onde há uma desigualdade muito grande, as empresas precisam ter uma contribuição no ambiente em que elas produzem, além de uma governança transparente e responsável”, afirmou.
De acordo com o ativista social e presidente da CUFA, Preto Zezé, esse é um momento de brindar a mobilização e o protagonismo de todos os setores em torno desses princípios. “Sempre falo que a favela é potência, mas temos que inserir, incluir a favela na economia. Um evento desses é uma ação na prática que mobiliza pessoas, empresas, ideias para um Brasil mais justo, mais igualitário e diverso”, comentou.
Luana Génot, diretora executiva do Instituto Identidades do Brasil, falou da importância da diversidade e inclusão nas estratégias de ESG .“ESG não é só uma sopa de letrinhas, mas precisa ser algo que está centralmente ligado ao desenvolvimento dos negócios e às estratégias. É fundamental que as empresas, os governos e as instituições do terceiro setor entendam a centralidade da gente conseguir pensar em pontos como a inclusão, tanto dentro do E, que são as questões ambientais, quanto dentro do S, que são as questões sociais, e as questões de governança”.
ESG Caminhos sustentáveis
“Esse encontro é um despertar para a nova realidade. É preciso rever os processos de trabalho e propor novas práticas às empresas”, comentou o ex-procurador e especialista em compliance Eduardo Gussem.
O secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, destacou o trabalho do Governo do Estado com o contrato de concessão da CEDAE, que permitiu levar serviços de saneamento de qualidade para uma população de 9,8 milhões na cidade e no Estado do Rio de Janeiro. “Saneamento é essencial. Temos um ano de concessão e ainda são mais 34 pela frente. Estamos revolucionando a saúde e a vida das pessoas”, disse.
O economista Sérgio Besserman afirmou que o ESG não é o fim da jornada e que no futuro ainda há tempo para evitar os piores cenários do aquecimento global. “A crise climática é um desafio inédito e o maior que a humanidade já teve. Empresas necessitam aprofundar a agenda ESG, tendo em mente que não é o porto de destino, mas os primeiros passos de uma longa caminhada”.
“Hoje foi um dia de aprendizado. Por isso convidamos grandes interlocutores dos temas relacionados às boas práticas sociais, ambientais e de governança para nos ajudar a entender como essa tendência global influencia a atuação do setor de serviços”, comentou Michelle Novaes, tabeliã substituta do 15º Ofício de Notas.
O ministro Luis Felipe Salomão encerrou o debate destacando a realização do evento na cidade para pavimentar essa discussão no setor de serviços. “O Judiciário não quer ficar para trás no processo de transformação que a sociedade brasileira está fazendo. Essa é a pauta do momento. Fazer essa discussão aqui é muito importante para o Rio de Janeiro e os setores diversos da cidade”, disse o ministro.
Fotos Renato Wrobel