Chamado de “garoto estandarte do jazz” pelo jornal El País, Jonathan Ferr faz show de pré-lançamento do novo álbum, no Mamouche nesta sexta, 13/02/2023
O pianista Jonathan Ferr apresenta neste show no Manouche algumas novidades do repertório de seu novo disco, “Liberdade”, o terceiro da carreira, a ser lançado no dia 27/01, pela Sony Music.
Um dos nomes mais celebrados da nova geração do jazz brasileiro, chamado de “garoto estandarte do jazz” pelo jornal El País, Jonathan nasceu no bairro carioca de Madureira há 34 quatro anos e luta para popularizar o jazz na periferia e quer ampliar o alcance do gênero mesclando-o com r&b, hip-hop, música eletrônica e outras sonoridades urbanas.
Nesse show de pré-lançamento vai mesclar músicas dos álbuns “Cura”, “Trilogia do Amor” e do novo “Liberdade”, em que, além de tocar o piano, interpreta músicas de sua autoria e outras feitas com parceiros gravadas com a companhia das vozes femininas de Luedji Luna, Tássia Reis, Kaê Guajajara, entre outras, e mostrar releituras em spiritual jazz de Charles Brown como “Céu Azul” e “Azul”, de Djavan. Este lançamento também virá acompanhado do lançamento de um curta com roteiro, música e direção dele e interpretação de Aílton Graça.
Jonathan se apresentará com Alex Sá, saxofone, Rerisson Luz, baixo, Jonatas Oliveira, teclado, e Maikon Pereira, bateria.
Ele começou a se interessar pelo piano ainda criança, assistindo ao programa “Pianíssimo”, de Pedrinho Mattar, na Rede Vida, com seus pais. Aos oito anos, ganhou um tecladinho e começou a dedilhar as primeiras notas, inspirado em Tom Jobim. Na adolescência, se apaixonou pelo álbum “A Love Supreme”, de John Coltrane, e decidiu que seria músico de jazz. A profissionalização viria alguns anos depois, ao ganhar uma bolsa e se formar na Escola de Música Villa-Lobos, no Rio.
Ferr coleciona elogios de público e crítica e nos mostra porque é um dos artistas mais celebrados do momento. Com seu inovador urban jazz ele vem quebrando as percepções de público e crítica de um jazz elitista e pouco acessível. Suas produções são baseadas na filosofia do afro-futurismo, inspirado no americano Sun Ra, compositor de jazz e filósofo pioneiro dessas ideias, em que o movimento usa elementos da ficção científica para se expressar em percepções e projeções dos negros no mundo futurista, colocando-se sempre em protagonismo.
Em 2019 lançou o álbum “Trilogia do Amor” e o filme “A Jornada”, que circulou em vários festivais de cinema, com inúmeros elogios de público e crítica. Foi indicado a alguns prêmios, dentre eles melhor trilha sonora, sendo vencedor de melhor figurino.
No fim de 2020 assinou contrato com a Som Livre e já no início do ano lançou a belíssima obra “Saturno”, onde, além de assinar a música, também escreveu o filme onde assina roteiro e direção, com elenco e equipe formada por profissionais negrxs. Já em 2021 lançou o curta “Esperança”, um manifesto protagonizado por Serjão Loroza, que Ferr escreveu e dirigiu. Seus curtas são sempre acompanhados com belíssimas músicas compostas e produzidas por ele.
Em maio saiu pela Som Livre seu segundo álbum, “Cura”, junto uma web série em 8 episódios homônimos, que entrou em várias listas de melhores álbuns de 2021. O show desse álbum é uma performance de piano solo, onde Ferr apresenta o conceito de “música-medicina” – melodias que, segundo ele, acalmam e curam a alma, num mergulho profundo no desconhecido, com canções que buscam curar através desta experiência única. Jonathan lembra que “Cura” surgiu durante a pandemia e veio de uma provocação: “Quando você tem uma cicatriz, ela está ali para dizer que você se feriu ou que se curou? Falamos da cura física, mas e a cura mental e psicológica? O que nos cura?”, divaga.
Com esse jeitão profético e uma excelência no piano, que levanta toda a plateia, ele é um sopro de renovação no jazz no Brasil, país onde o gênero sempre foi visto como elitista — ao contrário dos Estados Unidos, em que suas raízes remontam à música negra de Nova Orleans no início do século XX.
Show: Jonathan Ferr – show de pré-lançamento do álbum “Liberdade”
Local: Manouche: Rua Jardim Botânico, 983 (subsolo da Casa Camolese)
Datas: 13 de maio, sexta, às 21h
Preço: R$ 60 (ingresso solidário – levando um quilo de alimento não perecível ou livro, a ser doado para o ONG Instituto da Criança – e meia entrada) l R$ 120,00 (inteira)
Vendas: https://linktr.ee/clubemanouche