Miguel Afa apresenta sua primeira individual na galeria NONADA
A NONADA, jovem espaço de arte carioca, abre a exposição de seu artista mais significativo, e a maior já feita na galeria, fechando um ciclo iniciado na inauguração em novembro de 2022. Miguel Afa, primeiro artista representado pela NONADA, tem essa data marcada desde o dia 1 dessa parceria. “O Tremor e o Terroso: Miguel Afa”, sob curadoria de Igor Simões, ocupa seus dois endereços – Copacabana (ZS) e Penha (ZN) – com 40 pinturas desse artista considerado, por muitos, “um dos mais importantes pintores da sua geração”, como diz o curador.
Em sua dedicação incessante ao fazer, aprimorar, ascender, o artista reproduz, em tela, sua vivência diária de forma afetuosa, amainando cenas duras da realidade com a qual convive. Pinceladas precisas adquiridas através da persistência de um artista autodidata determinado a “fazer a diferença”, aprimoram as técnicas utilizadas e apresentam emoção em pinturas de situações que, não corriqueiras, transmitem ‘vida real’.
“Eu tento abordar as questões não objetivas, o contraponto da visão pré-estabelecida sobre nós, pretos e favelados. Abordo as relações afetivas, saberes locais e como intuitivamente cuidamos um do outro, seja no aspecto emocional ou físico”, define o artista.
Em O Tremor e o Terroso: Miguel Afa, “(…) do embate entre a natureza e a construção, surgem alguns dos trabalhos dessa mostra. A planta rompe o tijolo. Mas o que está ali em tensão não é a planta, não é o tijolo. “É o tempo”, define Igor Simões. E prossegue: ”Para alguns, poderia soar que as camadas e sobre camadas de tinta podem soar sujas, para ele não. Para um artista estudioso das histórias da arte, nada é acaso.
Fabular a terra nos seus mais diferentes sentidos exigiu desse jovem artista carioca uma relação que passa pela herança da pintura nomeada ocidental, mas que se assinala como inegavelmente brasileira. Creio que, a essa altura da carreira de Afa, já não resta dúvida que estamos diante de um dos mais importantes pintores da sua geração”.
Possivelmente, estamos observando um momento em que um ciclo se encerra para permitir novos desafios e novas conquistas. Como anotado pelo curador, “Miguel é um artista que já superou a fase das ideias que querem parecer o trabalho realizado. Ele sabe que ideia é o início, mas arte é trabalho, labuta diária, busca pela tarifa certa que permite surgir a poesia. Afa assegura [ou reitera] constantemente: quero ser relevante. Essa nota mental aponta para um necessário caminho de constante busca. Miguel o faz!”