• Post author:

O curta-metragem A CAIXA – O ENSAIO DO EU SEM VOCÊ, do jornalista Marcos Maynart, foi selecionado para o II Festival de Cinema de São Bernardo do Campo, e será exibido dia 26 de novembro, a partir das 18 horas. O festival acontece no Estúdios da antiga Cinematográfica Vera Cruz, na Avenida Lucas Nogueira Garcez 856, Jardim do Mar, São Bernardo do Campo.

Muito mais do que uma história de amor, uma declaração necessária sobre a despedida e o luto de dois apaixonados, separados pelo vírus HIV. Um filme que trata de um relacionamento homoafetivo e conversa diretamente com o coração no mais alto nível da expressão do amor e suas diversas formas. Tudo por meio de cartas trocadas por dois amantes, Thiago e João, nos anos 80.

Com roteiro dos jornalistas Marcos Maynart e Beto Alves, o filme acontece numa espiral crescente de poesia em meio a cartas de muitas verdades e emoções. Todas guardadas a sete chaves numa belíssima caixa criada pela artista plástica Christina Oiticica e enviada, muitos anos atrás, como presente a Marcos.

Segredos que nos tocam e são compartilhados pela brilhante interpretação de Adriano Arbool (João) – tanto na atuação quanto na narração –, e pela impecável direção de fotografia de João Mário Nunes, que soube extrair de cada cena a beleza e natureza refletidas nos sentimentos que transbordam das cartas. O toque final é dado pela elegante trilha sonora de Liah Soares e Fernanda Santanna.

Ao todo, são 13 rápidos minutos; indispensáveis em alertar sobre a importância da contínua luta contra o HIV, preciosos em nos brindar com palavras de amor que singelas folhas de papel tiveram o privilégio de eternizar, bem guardadas numa linda caixa. Um testemunho de que na Terra não há paraíso sem amor.

Ensaio
Marcos Maynart

Depoimentos:

A Caixa’ nos lembra que as palavras capturam o tempo, para além da dor ou do sofrimento. Quantas histórias, como a de João e Tiago, foram interrompidas pela Aids? A beleza deste curta é nos lembrar que as histórias de amor devem ser sempre lembradas.

Lucinha Araújo, mãe do Cazuza

O amor; não existe nenhum outro sentimento mais forte e transformador que une duas pessoas. ‘A Caixa’ nos mostra esse amor de uma maneira muito poética, com excelente direção e roteiro de grande sensibilidade.

Christina Oiticica, jornalista, pintora e mulher de Paulo Coelho

A Caixa’ tem um objetivo emocional muito claro: manter na memória do tempo o registro da homoafetividade em plenos anos 80, no auge da epidemia do HIV. O curta consegue isso sendo dramaturgia, documentário e literatura ao mesmo tempo.

Henrique Haddefinir, crítico do site Omelete

O amor entre João e Tiago não mora de aluguel no coração um do outro. A presença física pode ter sido interrompida, mas sentimento permanece e se eterniza nessa obra sensível.

Hugo Bonemer, ator

O filme é delicado, sensível e trata de um tema muito caro para mim. Vivi exatamente esse roteiro no final da década de 1990 com a partida do meu grande amor, também acometido pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”.

Mauricio Mellone, crítico do Favo do Mellone

A fotografia de ‘A Caixa’ é como olhar para uma pintura que vai se formando aos poucos no contorno de um pincel, e suas cores transbordam no sentimento do protagonista, ditado por um roteiro e direção impecáveis.

Xandy Novaski, escritor, roteirista e diretor

Visual e literariamente poético, é um filme muito bonito. Impacta também o fato de as cartas datarem de 40 anos atrás e o mundo hoje ser absolutamente diferente, principalmente na forma de nos relacionarmos, de nos amarmos.