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Mostra oferece uma imersão nos 12 álbuns solo do maestro, destacando raridades e curiosidades sobre sua carreira

ALUISIO DIDIER NO PAINEL INICIAL DA EXPOSIÇÃO
ALUISIO DIDIER NO PAINEL INICIAL DA EXPOSIÇÃO

No dia 09 de outubro, o Instituto Antonio Carlos Jobim, localizado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, abre as portas para a exposição Tom Jobim: Discos Solo. A mostra, dedicada a um dos maiores ícones da música brasileira, oferece uma visão detalhada sobre os 12 LPs que marcaram a carreira solo do maestro, gravados entre 1963 e 1994, desde o primeiro álbum, The Composer of Desafinado Plays, até Antonio Brasileiro, passando por marcos como Wave, Matita Perê, Urubu e outros.

A exposição, que promete ser uma experiência imersiva, convida os visitantes a explorarem a trajetória artística de Tom Jobim por meio de documentos, fotos, gravações, partituras e objetos pessoais pertencentes ao acervo do Instituto. O conceito da exposição surgiu em 2020, durante a pandemia, a partir de uma série de entrevistas virtuais entre Paulo Jobim, filho do maestro e morto recentemente, e Aluísio Didier, curador da mostra e amigo de Tom, que assumiu a direção do instituto neste mesmo ano.

APRESENTAÇÃO EXPOSIÇÃO TOM JOBIM
APRESENTAÇÃO EXPOSIÇÃO TOM JOBIM

 

Essas conversas, realizadas via Zoom, revelaram detalhes inéditos sobre o processo criativo do compositor e agora se transformaram em documentários, que revelam o processo por trás de cada álbum, oferecendo uma perspectiva íntima e pessoal sobre o legado musical de Jobim. Os vídeos com as conversas foram editados pelo cineasta Cayo Oliveira, também produtor da exposição, e serão apresentados pela primeira vez.

A curadoria de Didier ilumina momentos importantes da carreira do compositor como seu encontro com Vinícius de Moraes, que resultou em clássicos eternos da Bossa Nova e sua colaboração com João Gilberto no LP Chega de Saudade.

Tom Jobim: Discos Solo é uma homenagem a um artista que não apenas transcendeu fronteiras, mas que continua a influenciar gerações de músicos e fãs ao redor do mundo. A exposição não só celebra a obra solo do maestro, como também convida o público a revisitar e redescobrir a profundidade e a beleza de sua música.

Histórias inusitadas

Na exposição, histórias inusitadas do maestro irão divertir os visitantes. Entre elas, duas bastante icônicas, lembradas por Paulo Jobim e Didier nos documentários.

Autor de várias canções com nomes de mulheres, Tom foi procurado por um pesquisador com um projeto de livro sobre as músicas e suas musas inspiradoras: Luiza, personagem interpretada por Vera Fischer na novela Brilhante; Gabriela, personagem de Jorge Amado; O samba de Maria Luiza, a filha caçula, entre outras. 

PAINEL COM OS 12 LPS DA EXPOSIÇÃO TOM JOBIM
PAINEL COM OS 12 LPS DA EXPOSIÇÃO TOM JOBIM

 

No entanto, o tal pesquisador também pergunta pela “musa” Carla que inspirara a canção do mesmo nome. Tom se surpreende e questiona: “Que Carla?” O pesquisador insiste: “Ora, a da música dos anos 50, “Carla, meu amor”, responde o rapaz. Acontece que a canção se chamava “Cala, meu amor”.

“O pesquisador já havia até se encontrado com a mulher que tinha sido a fonte de inspiração”, diverte -se Paulinho, em um dos bate-papo com Didier. 

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Músicos são sempre cobrados pela crítica ou pelos fãs por novidades, novas músicas, por uma atualização de sua arte, um diálogo com influências, novas tecnologias. Com Tom, sempre fiel ao “velho” piano acústico ou ao violão, não foi diferente. No disco Tide, podemos ouvi-lo no piano elétrico Fender Rhodes, hoje um clássico, mas na época, um som diferente, um passo à frente dos instrumentos acústicos.

Na época as pessoas se perguntaram: “O que houve, Tom cedendo a um som mais pop?” Sim e não. Se o resultado ficou ótimo na faixa “Takatanga”, o fato se deveu a um copo de uísque derrubado dentro do piano acústico do estúdio, que impossibilitou o instrumento para a gravação. “Jobim, sem opção, aceita arriscar-se no Fender Rhodes e parece que gostou, pois no LP seguinte, Stone Flower, repete a experiência em várias faixas”, conta Didier.

PAINEL CRONOLÓGICO
PAINEL CRONOLÓGICO

 

Sobre o Instituto Antonio Carlos Jobim

Fundado em maio de 2001, o Instituto Antonio Carlos Jobim tem como objetivo preservar e disponibilizar para músicos, estudantes, pesquisadores e público em geral, a obra musical e poética do maestro, além de seu pensamento e preocupação com a preservação da natureza no Brasil. 

O Instituto também se dedica à catalogação e conservação de acervos de outros grandes nomes da cultura brasileira, como Chico Buarque, Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Marieta Severo, Milton Nascimento e Paulo Moura.

Serviço – Exposição: Tom Jobim: Discos Solo

Local: Instituto Antonio Carlos Jobim – Jardim Botânico, Rio de Janeiro

Abertura: 09 de outubro de 2024

Dias de funcionamento e horário: Diariamente (exceto na quarta-feira) de 9h às 17h

Entrada Gratuita

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