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Renata Tassinari (1958) apresenta Reflexos exposição individual na Sala 1 da Galeria Marilia Razuk, de 21 de fevereiro a 23 de março de 2024.

A artista paulistana vem trabalhando nos últimos anos numa pesquisa da pintura em campo ampliado. A individual Reflexos, uma antologia do seu trabalho mais recente, reflete justamente seu processo atual. Segundo as palavras de Felipe Scovino, autor do texto da mostra, “Os trabalhos aqui reunidos nos atentam para os múltiplos aspectos da cor, incluindo o seu caráter de reflexividade e transitoriedade.

As molduras, antes limitantes da finitude da pintura, agora pertencem à obra, em uma arquitetura que constrói sua poética. Ainda segundo Felipe Scovino, “Essas obras, portanto, revelam uma tensão com os limites bidimensionais (…) apontam para a tridimensionalidade e a conquista do espaço.”

O título da exposição Reflexos, se dá pela superfície refletora recente na obra de Tassinari, que, aliada à pintura, cria espaços, vazios, respiros, fragmentos geométricos, e sobretudo, movimento, e nos convidam ao deslocamento para melhor contemplação.

Renata

Sobre Renata Tassinari

Formou-se em Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado, FAAP, em 1980.

Nos últimos anos a pintura de Renata Tassinari se transformou em um campo fértil de pesquisas e inovações. O quadro deixou de ser um elemento neutro e passou a fazer parte da estrutura da obra. A artista pinta sobre uma superfície de acrílico, que numa abordagem mais tradicional, seria parte do enquadramento de uma obra.

Ao mesmo tempo, deixa a moldura de certas seções da obra cobrir apenas um papel em branco. Onde deveria haver a transparência do acrílico protetor de uma folha de desenho, passa a haver pintura e, inversamente, onde a folha de papel se deixa ver, há apenas o branco do papel que assim se transforma em cor.

De início, os procedimentos acima se desdobravam em séries que alternavam as cores acrescentadas sobre o acrílico e o branco emoldurado das folhas de desenho. Com o tempo, ela passa a tratar partes do quadro como coisas, também outras coisas poderiam ser elementos das obras. Madeiras de diferentes colorações e ranhuras, e a inversão do avesso de uma moldura de acrílico, têm sido a prática mais recorrente.

A cor sempre foi um elemento fundamental na obra da artista. Colocar cores num quadro e pelo quadro habitar o mundo com cores, essa é uma breve descrição do qual ela sempre buscou. Entre o mundo e o quadro – ao tratar partes da obra também como coisas do mundo, como coisas palpáveis – agora surgem relações mais próximas, e percebemos um trinômio obra/cor/mundo sempre se insinuando em seu trabalho.