A Danielian Galeria tem o prazer de apresentar, a partir de 7 de novembro de 2024, às 18h, a exposição “Visconti e Renoir: Impressionismo – 150 anos”, com aproximadamente 40 obras do artista ítalo-brasileiro Eliseu D’Angelo Visconti (1866-1944), e três pinturas e uma litografia do mestre francês Pierre Auguste Renoir (1841-1919), em uma celebração aos 150 anos do movimento impressionista, que inaugurou a era moderna na arte. Com curadoria de Denise Mattar, a mostra ocupará os dois andares expositivos da casa da Danielian Galeria e leva ao público carioca a rara oportunidade de ver essas obras reunidas.
Denise Mattar explica que “a primeira exposição dos artistas que seriam conhecidos como impressionistas aconteceu em Paris em 1874”. “Entre eles estavam Claude Monet, Auguste Renoir, Edgar Degas e Berthe Morisot. Audaciosos, eles se posicionavam contra as regras da Academia: pintavam ao ar livre, usavam cores claras, abordavam temas do cotidiano e eram atentos à percepção dos efeitos da luz natural e do movimento”.
Ela observa que “a paisagem, um tema até então não valorizado, surgia em pinceladas aparentes, e em tintas sobrepostas, sem buscar o realismo”. “O impressionismo foi um movimento de ruptura, pouco compreendido no seu início, mas que em poucas décadas se espalhou por todo o mundo, trazendo não apenas uma nova visão artística, mas também uma nova compreensão do lugar da arte na sociedade”.
De Renoir estão obras produzidas entre 1890-1900 como “Bouquet des roses” (1890-1900), ao lado, e “Femme et enfant” (c.1900), acima, que trazem a riqueza das pesquisas cromáticas impressionistas realizadas pelo artista, tanto em temas mais tradicionais, como os vasos de flores, quanto na representação de cenas do cotidiano. A pintura “Busto de Coco”, de Renoir, também integra a exposição.
ECOS DO IMPRESSIONISMO NO BRASIL
“Ecos do impressionismo só chegariam ao Brasil alguns anos depois, e, no início, seriam igualmente refutados”, afirma Denise Mattar. “Em 1892, Visconti iria para a França, com o prêmio da Escola Nacional de Belas Artes, e lá adotaria, para sempre, técnicas impressionistas. Sua atuação foi fundamental para a incorporação do impressionismo na arte brasileira, notadamente a partir das pinturas criadas por ele para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro”, conta.
A exposição “Visconti e Renoir: Impressionismo – 150 anos” tem como objetivo “apontar essas relações, reiterando a importância de um movimento que mudou a história da arte”, destaca a curadora.
PARIS – PINTURAS AO AR LIVRE
Até 1920, foram muitas as viagens de Visconti entre Rio de Janeiro e Paris, onde pintou várias telas ao ar livre, retratando a paisagem dos Jardins de Luxemburgo e seus freqüentadores, como o público pode ver nas pinturas “Jardim de Luxemburgo” (1905), em óleo sobre madeira, ao lado, e em “Le Jardin du Luxembourg à Paris” (1920), em óleo sobre tela. Foi em Paris que ele conheceu e se casou com Louise Palombe, sua companheira por toda a sua vida, e nasceu sua primeira filha, Yvonne. No Rio nasceram seus dois filhos homens: Tobias e Afonso.
A convite do Prefeito Pereira Passos (1836-1913), Visconti criou para Theatro Municipal do Rio de Janeiro o pano de boca, as decorações do teto sobre a plateia e do friso sobre o proscênio. Ele contribuiria depois para o Theatro fazendo as pinturas do Foyer, e, em meados dos anos 1930, um novo friso sobre a boca de cena, quando o palco foi ampliado.
Visconti foi incumbido ainda de fazer pinturas para o vestíbulo do Palácio Pedro Ernesto, então Conselho Municipal, atual Câmara de Vereadores do Rio, e para a Biblioteca Nacional. Em 1924, seu esboço para o painel decorativo do plenário da Câmara dos Deputados – hoje Assembleia Legislativa do Rio –, no Palácio Tiradentes, na Praça XV de Novembro, foi recusado, por ter figuras de mulher. O artista criou outro painel, mais clássico, em que representa a assinatura da Primeira Constituição Republicana de 1891, com os 63 constituintes em tamanho natural.
Em 1927, inicia sua fase de paisagens de Teresópolis, cidade onde constrói uma residência de veraneio, realizando obras plenas de atmosfera luminosa e transparente, de radiosa vibração tropical. São desse período, que se estenderia até sua morte, em 1944, as obras “Descanso em Meu Jardim” (1938), “Quaresmas” (1942), ao lado, e “Raios de Sol” (1935), entre outras. Ao lado, “Paisagem de Teresópolis” (c. 1935), óleo sobre tela, 34,5 x 51,5 cm.
ATMOSFERAS E TONALIDADES BRASILEIRAS
Os trabalhos de Visconti selecionados para a mostra abrangem o percurso de sua pintura de 1890 a 1942, com ênfase na assimilação das tendências impressionistas às vistas, atmosferas e tonalidades brasileiras. As telas “Boa noite” (c. 1910), “O Colar” (1922), ao lado, e “Quaresmas” (1942), abaixo, são essenciais para que o público possa perceber as conexões entre a produção brasileira e estas vanguardas europeias.
Também merece destaque a “Moringa decorada com perfil e flores” (1909), feita para a inauguração do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Visconti leciona no curso de extensão universitária de Artes Decorativas da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, e segue a orientação de Eugène Grasset, da École Guérin, e insistia com os alunos para que utilizassem motivos da flora brasileira.
Denise Mattar enfatiza: “Eliseu Visconti foi um artista incomum na sua geração”. “A maestria com que administra o uso das cores, associada aos efeitos de luz e à fluência nas diversas técnicas, torna-se uma característica de suas telas”, assinala.
SERVIÇO: “Visconti e Renoir: Impressionismo – 150 anos”
Abertura: 7 de novembro de 2024, às 18h
Visitação pública: 8 de novembro a 14 de dezembro de 2024
Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro
Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro, CEP 22470-070
Segunda a sexta-feira, de 11 às 19h
Sábados, de 11 às 17h
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