A artista visual Bel Barcellos [Boston, 1966–] inaugurou, no sábado, a exposição Corpo abrigo, na Galeria do Lago, nos jardins do Museu da República, no Rio de Janeiro, com trabalhos inéditos tendo a costura, o bordado e a cerâmica como elementos capitais para criar obras impregnadas de delicadeza e memórias, que contam histórias de suas referências femininas e dos seus saberes ancestrais.
Sob curadoria de Isabel Portella, e patrocínio da multinacional de energia Equinor, Corpo abrigo reúne trabalhos em que a artista desenha com bordado sobre lona ou linho, em que a figura humana feminina é ponto focal e o universo emocional como trama subjetiva. Pela primeira vez, ela incorpora a cerâmica à sua produção, nas instalações “Manas” e “Oferenda”.
O desenho bordado, como a artista descreve suas criações, são a base para “Iabás, “Do pó da terra”, “Mais um dia, menos um dia”, “O rio abaixo do rio” e “Devaneio”, unindo a contemporaneidade a heranças das avós, para revolver memórias afetivas comuns a todos.
Bel Barcellos nasceu em Boston, porque seu pai estava cursando o mestrado e o doutorado em Física no Massachussets Institute of Technology [MIT]. Na volta ao Brasil, ele foi convidado a fundar o departamento de Física na Universidade Federal de Pernambuco. E a família se mudou para Recife, onde ela passou a infância, até que sua mãe foi fazer o mestrado e o doutorado em piano e composição em Santa Bárbara, Califórnia. Na high school estadunidense, a artista teve suas primeiras aulas de desenho e modelo vivo.
Na volta ao Brasil, desta vez para morar no Rio de Janeiro, em 1984, ela foi estudar desenho com Gianguido Bonfanti no MAM. Mais tarde, foi para o Parque Lage estudar pintura com Manfredo de Souzanetto e Daniel Senise. A partir de 1996, incorporou bordados em meio a pinturas e desenhos. Dos anos 2000 em diante, o bordado passou a ser o meio compositor de sua obra como um todo, figura e fundo.
Bel Barcellos vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em artes cênicas pela UniRio, em 1989 e, no ano seguinte, como bolsista da CAPES, foi fazer o mestrado em artes cênicas na Universidade de Hull, na Inglaterra. Trabalhou como figurinista em teatro e em TV, Globo e Manchete, no final dos anos 1980. Alternou o trabalho com o figurino e as artes plásticas nos primeiros anos, até se dedicar exclusivamente às artes visuais, a partir de 1994.
Desde então, expõe em galerias comerciais e em instituições públicas, como no Museu Nacional de Belas Artes, na Casa de Cultura Laura Alvim, no Museu da República, no Rio de Janeiro; em Maputo, Moçambique. Entre 2005 e 2009, sua individual “De tão alvas, quase almas“ percorreu instituições, no Rio, em Petrópolis, Olinda e São Paulo. Em 2010, sua individual “Fios/Hilos” ocupou três salas do Museu MACAY, em Mérida, México, integrando o panorama sobre a Arte Contemporânea do Brasil.
Bel Barcellos tem trabalhos nos acervos da Ella Fontanals-Cisneros Collection, do MAR, do MNBA e de diversas coleções particulares no Brasil e no exterior. A artista é representada pelas galerias Gaby Indio da Costa Arte Contemporânea, no Rio de Janeiro, e OÁ Galeria, em Vitória, ES.
A Equinor é uma empresa internacional de energia comprometida com um futuro de baixo carbono. No Brasil, área estratégica internacionalmente para a companhia, o portfólio crescente conta com ativos em óleo e gás e energias renováveis. A empresa conta com ativos em energia solar em operação – os complexos solares Apodi e Mendubim, e o complexo híbrido Serra da Babilônia, operado pela Rio Energy, adquirida pela Equinor em 2023.
Corpo abrigo está aberta ao público até 01 de junho de 2025, de terça a domingo, das 9 às 17h. Grátis. Classificação livre. Galeria do Lago | Museu da República, Rio de Janeiro Rua do Catete 153. Catete.
