Jordana Mendonça durante a infância em Angra dos Reis, vivenciou as experiências em torno da boa comida. Almoços, jantares e lanches da tarde eram servidos aos amigos por seus familiares em pequenos eventos, permitindo que ela, desde cedo, percebesse a importância do afeto, do paladar e da boa comida nas relações com aqueles que nos são queridos.
Receitas que atravessaram gerações e pratos decorados de acordo com a estética da época faziam parte do ritual de receber de sua família. Momentos que ficaram impregnados na sua memória.
“Minha mãe fazia questão de usar guardanapos de tecido e suas melhores louças, de decorar o ambiente com flores e cozinhar receitas carregadas de memória. Observá-la cuidando de tudo com tanta personalidade e carinho me deixou sementes. Ela era uma cozinheira maravilhosa. Sua sopa de peixe e sua moqueca na folha de bananeira faziam muito sucesso!”, lembra Jordana.
Além da mãe, a futura empresária foi criada sob a influência de sua tia Cidinha, que já trabalhava como banqueteira. Se no dia a dia comidas simples e cheias de sabor faziam parte de todas as refeições, nos dias de festas e reuniões com familiares e amigos havia um rito de bom anfitrião. O que servir? Qual louça utilizar? “Esses momentos de preparação com muita alegria e prazer estão nas minhas melhores memórias e se refletem na minha vida profissional e pessoal”, conta Jordana.
Jordana aprendeu que o ato de comer bem era algo de valor imensurável e que deveria ser realizado com graciosidade, desprendimento e respeito às memórias. “‘Primeiro os olhos, depois o sabor’, é o meu lema de hoje, mas acho que intimamente o carrego desde minha infância”, conta a banqueteira, que, na adolescência, chegava apressada do colégio para ver a ‘Cozinha Maravilhosa da Ofélia’, que, em uma época sem internet ou TV a cabo, era o único programa onde poderia aprender novos pratos.
Hoje, celebrando 25 anos de um bufê que assina o menu das festas mais exclusivas e sofisticadas do Rio, liderando equipes que podem chegar a 300 integrantes em eventos complexos, Jordana – ou Jo, como é carinhosamente chamada – se recorda do início, quando fazia singelas mesas de antepastos. “Começar é sempre difícil! Fui aprendendo entre erros e acertos”, conta.
Determinada, Jordana reinvestia na empresa tudo o que faturava, e logo o apartamento da família ficou pequeno para o Pimenta Rosa. O bufê foi para uma primeira casa, no bairro da Tijuca, e hoje ocupa duas sedes na parte alta do mesmo bairro, sendo uma delas apenas para o estoque do acervo de louças e cristais. São 30 funcionários fixos e uma infinidade de temporários que se unem a cada evento. “Conheço todo mundo pelo nome”, ressalta.
O atendimento pessoal é uma das características do Pimenta Rosa, e isto fica claro no ritual da degustação, etapa que antecede a montagem do menu sugerido a cada cliente. Na sede do bufê há um espaço confortável para receber noivas, mães e aniversariantes, que são incentivados a trazer receitas e fotos de pratos tradicionais da família.
Graças à personalização do menu, o Pimenta Rosa é o único bufê a oferecer duas degustações a cada cliente. Na primeira, eles conhecem o cardápio criado por Jordana a partir de perguntas feitas por telefone. “Durante o encontro vou ‘lendo’ as pessoas à minha frente e vejo se há receitas com carga sentimental que devam ser acrescentadas”, conta. Na segunda degustação, o cardápio final é fechado, sempre dando a chance de que cada evento possa contar sua própria história por meio da comida que será servida.
Exclusividade e inovação na apresentação dos pratos
Não bastam ser saborosas, no Pimenta Rosa as receitas precisam ser apresentadas de forma diferenciada e com apuro estético. Uma das sedes é inteiramente dedicada ao acervo da empresa, que, ao contrário das concorrentes, não recorre ao serviço de aluguel de louças. “Todo ano faço viagens de pesquisa na Europa, principalmente na Espanha e França, e compro no mínimo 150 unidades de cada peça”, conta Jordana, que calcula ter cerca de 35 mil itens à disposição.
“O que valoriza a gastronomia é a apresentação”, resume. “Não importa se é um simples canapé de cebola como o que eu comia na adolescência, mas sim como ele chega para o convidado. Se for servido em uma peça linda, com cebolas crocantes por cima, por exemplo, muda totalmente a percepção do convidado”, completa a expert, cujo interesse maior, desde o início do bufê, foi na experiência dos convidados.
Defensora de uma gastronomia que ‘abrace’ os convidados, Jordana cria uma narrativa única para cada um de seus eventos. “Adoro reviver receitas que os noivos trazem de suas famílias, e uso a minha criatividade e intuição para selecionar com carinho a peça que considero ideal para a apresentação de cada prato”, conta.
No Pimenta Rosa, o futuro anfitrião se sente acolhido e confiante de que a festa será um reflexo claro de sua personalidade. “Nosso diferencial é proporcionar uma gastronomia com emoção, despertando memórias e criando uma experiência que passará a fazer parte da história do anfitrião e de seus convidados”, finaliza.
RAIO-X PIMENTA ROSA
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Abertura do Pimenta Rosa 2000 (25 anos de fundação)
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Quantidade de eventos por ano: 200
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Acervo de peças e louças: 35.000 itens
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Quantas pessoas atendidas por mês: 5.000
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A maior festa: 4.600 pessoas
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Pedido extravagante: Bar de caviar
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Maior equipe em um único evento: 350 integrantes
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A festa mais longa: 1 semana de duração, em uma fazenda no interior do RJ
Fotos Miguel Sá
