Através de uma pesquisa que perpassa a dualidade entre vida e morte o artista visual Luiz Eduardo Rayol apresenta “Andorinhas-da-lua”, sua primeira grande exposição individual institucional, que inaugura dia 19 de março no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro.
Com curadoria assinada por Fabrício Faccio, o artista mostra uma produção baseada em uma série de esculturas e pinturas de grande formato que lidam com a tensão entre a vida, a morte e o cosmos. O artista cria e propõe um lugar de demora, onde decantam-se juntos a poética da mortalidade e a melancolia da memória. O título da exposição, tomado em empréstimo do poema de Paul Celan, ressoa como materialidade rarefeita.

“Ao tentar fugir da ultra-profanação da vida contemporânea, em um movimento ao sagrado, construo as obras sem certezas pictóricas ou éticas políticas na superfície, convido à demora e ao demorar-se; e dessa prática de aprofundamento o todo pode emergir”, destaca o artista ao projetar suas obras.

Cerca de 25 obras fazem parte da exposição “Andorinhas-da lua”, onde a representação e a significação se tensionam no espaço da obra, e cada elemento parece anunciar sua própria dissolução. “O olhar do artista para a finitude não é um olhar de lamento, mas de reconhecimento da impermanência, como se cada sombra projetada em sua pesquisa carregasse consigo o peso e a leveza do efêmero.
Nesta exposição, Rayol tensiona os limites do bidimensional e desloca sua poética para o campo tridimensional com esculturas. As sombras, expostas na série, ganham um papel estrutural: materializam-se e aparecem em destaque”, afirma o curador Fabricio Faccio.
O artista, atualmente representado pela Anita Schwartz Galeria de Arte no Rio e pela WG Galeria em São Paulo, é uma das grandes promessas nas artes visuais brasileiras, reconhecido e destacado pela curadora Vanda Klabin em entrevista para a revista Habitare. Com uma abordagem sensível e instigante, Luiz Eduardo apresenta uma exposição que pretende provocar reflexão e inspiração, convidando o público a revisitar narrativas e reconhecer a
pluralidade que compõem a vida e a morte.

A assinatura cromática em preto e branco também são elementos potentes na poética de Rayol, para criar uma exposição que foge o óbvio e alça intuitivamente um lugar de reconhecimento e valor. A mostra “Andorinhas-da-lua” fica em cartaz até 03 de maio no Centro Cultural dos Correios no centro do Rio. A entrada é gratuita.

MINBIO
Luiz Eduardo Rayol é um pintor e escultor carioca. Em sua obra, Rayol lida com a tensão entre emoções e pensamentos que reúnem a vida, a morte e o cosmos. Criando um lugar de demora, onde decantam-se juntos a poética da mortalidade e a melancolia da memória, sua pesquisa se apresenta principalmente em trabalhos de grande formato que variam do abstrato ao figurativo. Bacharel em Desenho industrial pela PUC-Rio, Luiz cursou a EAV do Parque Lage com Luiz Ernesto e fez parte de oficinas de arte contemporânea com Charles Watson, Cadu e David Cury. Hoje, reside e trabalha no Rio de Janeiro.
Exposição ”Andorinhas-da-lua” de Luiz Eduardo Rayol
Curadoria: Fabrício Faccio
Abertura: 19 de março | 16h
Local: Centro Cultural dos Correios
(Rua Visconde de Itaboraí, 20 – centro/RJ)
Entrada: Gratuita
Visitação: até 03 de maio, de terça a sábado | 12h – 19h