Ontem (09/03) na Simone Cadinelli Arte Contemporânea aconteceu a abertura da exposição “A vulnerabilidade da solidez”, com uma instalação inédita criada pela artista Isabela Sá Roriz (Rio de Janeiro, 1982) na edificação desocupada anexa à galeria, onde era o restaurante Riso.
Agora, a galeria ocupa três imóveis na simpática vila da Aníbal de Mendonça. Como disse um dos convidados a Lagoa é o limite. Usando polímeros de diferentes densidades, como cera, látex e silicone, ela discute de que maneira se pode escapar de “perspectivas formativas”, e assim “escorrer, sair, resistir aos limites”.
Na instalação, barras geométricas de cera suspensas do teto sustentam um polímero de catalisação lenta, que escorrem em direção ao chão até o seu estancamento, sugerindo “uma deformidade sobre a forma”. Oriunda da escultura, a artista escolheu esses materiais por possuírem macromoléculas semelhantes às encontradas no corpo humano. “Para responder à questão que me fiz, sobre como resistir à autoridade das formas, minha primeira ideia foi desestabilizar a autoridade da razão sobre o resto do corpo, invertendo a ordem racionalista. Assim, o corpo força o pensamento a pensar, e não mais é o obstáculo do pensamento”.
Fotos Cristina Granato