O jornalista carioca Sérgio Zobaran, que há muitos anos mudou-se para São Paulo é o nosso convidado hoje no “Quarenta Views”. Em São Paulo ampliou sua notoriedade com consultor de mídia, produtor de eventos e muito mais. Está em todos lugares e conhece a todos. Gira pelos circuitos da arquitetura, decoração e artes. Perguntamos no meio de um monte de novidades boas e más a cada dia dessa quarentena, sua visão sobre os eventos e feiras e quais são os novos rumos que alguns mercados na maior cidade do país na sua opinião.
Como está a previsão para os principais eventos de decoração, arte e design de São Paulo: estão sendo adiados ou cancelados?
A maior parte dos eventos do primeiro semestre foi cancelada, e os do segundo ainda não se sabe por completo. Alguns não acontecerão mais este ano, como a SPArte, quê definitivamente tomou sua decisão e a anunciou esta semana. Os demais estão reunidos e ainda decidindo em conjunto o calendário. Afinal, não podemos definir por ora o que realmente acontecerá…
2) O que muda no mundo dos mostras e feiras depois da pandemia já podemos avaliar?
Além das mudanças das datas de realização, minha percepção é a de que eles – agora forçosamente – terão que finalmente alterar seus modelos antigos. A tecnologia estará mais presente e substituirá – e muito – a visitação. E a experiência física será voltada para grupos mais específicos.
3) O comportamento social parece que depois da pandemia não será mais o mesmo você acha que os eventos vão ficar cada vez mais exclusivos?
Sim, nichados. Nossos eventos são atrações voltadas para um determinado público. Nossa Modernos Eternos, por exemplo, não terá uma noite de inauguração, não precisa. Diluiremos os grupos em vários dias, como já vem sendo feito em SP. Não fazemos festas, mas eventos. E as aberturas faraônicas não são indispensáveis de forma alguma.
4) O comércio varejista também sofrerá mudanças e os grandes shopping centers também sofrerão mudanças?
O varejo vai ter que se reinventar, especialmente na união de forças – como está sendo feito agora de modo geral – que trabalhem junto por um objetivo só: vender!
5) O consumo de artigos de luxo já estava em plena mudança de hábitos os consumidores a procura de produtos mais exclusivos e que respeite o meio ambiente sem teste ou produto animal isso vai continuar como tendencia?
Sim, na cabeça e na decisão de compra de muitos, especialmente os mais jovens – isto já faz parte. Muito bom, não? O público demandando um processo mais adequado aos criadores e produtores, sejam industriais ou artesãos, mais adequados ao mundo atual, consciente.
6) E a arte e o objeto irão continuar a ter seu valor potencial ou a experiência vai ser valorizada cada vez mais?
Terão, a meu ver, importância igual ou maior no sentido da posse individual, e não de seu compartilhamento, cada vez mais comum em todas as áreas, o que é muito saudável.