Efrain Almeida é um escultor cearense, radicado no Rio de Janeiro já há décadas e é reconhecido como um dos maiores artistas da cena contemporânea nacional. Sua arte conquista a todos. Seus bronzes e suas peças de madeira são disputadas em feiras internacionais e é representado no Brasil pela Fortes D´aloia &Gabriel. Já expôs em vários países da Europa e nos Estados Unidos e Ásia. Extenso currículo.
O melhor de tudo Efrain Almeida é um mestre. Ele compartilha seu fazer e vê o dos outros e orienta a todos que passam por suas aulas e por suas conversas. Basta o encontrar e perguntar. Sem distinções. A palavra é seu método. No mais vamos em frente. Efrain vive entre Londres, Porto e Rio de Janeiro com algumas semanas em São Paulo, Fortaleza e o resto do mundo. Quando está no Rio está ensinando e seus alunos são quase discípulos de ideias ávidos pelo seu conhecimento. Nosso Antonio Conselheiro da arte contemporânea, onde a arte é a sua religião.
Conversamos com Efrain Almeida sobre esses tempos e os que estão por vir.
1) Como você está entendendo essa pandemia?
Como a grande maioria, sem entender ainda. Está parada tem sido importante para todos nós, no sentido de voltarmos para as coisas mais essenciais. Acredito que toda essa experiência de reflexão e autoavaliação irá causar grandes transformações e mudanças no nosso modo de existir. Se não for assim, estamos mesmo perdidos.
2) Como está sendo sua rotina?
Minha rotina tem sido de dedicação ao meu trabalho artístico, cuidar da casa e me dedicar um projeto social. Bem com continuando com minhas aulas pelo zoom.
3) Você tem uma exposição em São Paulo marcada para o segundo semestre na Fortes D´aloia &Gabriel como está esse processo?
Durante a quarentena eu resolvi mexer nos meus arquivos de matérias de trabalho. Durante essa busca, encontrei um verdadeiro tesouro . Meu pai falecido a mais de três anos atrás me ajudou muito no processo de feitura das minhas esculturas, tive a grata surpresa de encontrar uma caixa cheia de pecas serradas na forma de Pássaros , aproximadamente uma 40 peças. Estou me dedicando a esse projeto, desde que o encontrei. À princípio a exposição será em novembro próximo. Estou muito agarrado ao trabalho como forma de garantir um foco e uma crença. Independente de haver a exposição ou não.
4) Você acredita que a maneira de comprar e ver arte irá mudar?
Acredito que tudo irá mudar. Não posso prever o que acontecerá, mudanças irão acontecer
5) Sobre o Ceará como você está vendo o cenário atual existia uma grande demanda turística e cultural que estava caminhando bem, Você tem alguma notícia.
O Ceará está passando por uma crise de saúde e social, tudo parado por lá. Infelizmente este o momento que vivemos.
7) Você de alguma maneira teve que repensar seu fazer artístico por causa da pandemia?
Estou trabalhando com o que tenho a mão. Ter menos e tirar o máximo do minimo. Se soubermos tirar partido do que nos e oferecido . Entender a impermanência e transitoriedade das coisas, a simplicidade pode ser transformadora.