Lucas Verthein é novo nome do remo nacional. O remador carioca foi o único brasileiro a conquistar uma vaga para disputar as Olimpíadas de Tóquio, em julho de 2021. Aos 22 anos, o atleta é federado pelo Botafogo Futebol e Regatas. Lucas cresceu em Botafogo e passou sua infância, isolado no mundo dos vídeos games e lá vivia suas batalhas diárias. Até que foi fisgado pelo o remo. A princípio para exercitar seus 1,92 centímetros que com quatorze anos fazia a diferença.
O remo foi tomando espaço e o visual da Lagoa foi acalentando as demandas da adolescência e quando se deu conta estava participando de campeonatos estaduais em diversas categorias de barcos. Bastou a primeira derrota para que algo modificasse o seu ímpeto de competir. Não perderia mais, ele decretou e Lucas se jogou na rotina dura dos treinos. Madrugadas diárias e antes do sol nascer barco na água. Uma rotina que vem aderindo a pele a quase dez anos.
No Campeonato Sul Americano de Remo, em 2015, Lucas Verthein conquistou 3 medalhas em diferentes barcos e composições. O técnico Paulinho, (Paulo Vinicius de Souza) do Botafogo seu maior incentivador o colocou para remar sozinho no single skiff, ou melhor, skiff individual. Uma batalha entre ele e o relógio. Entre ele e sua perseverança e determinação. Até onde ele poderia remar. Por dia 20 quilômetros, depois 30 quilômetros e nos dias mais puxados 40 quilômetros divididos em dois treinos.
A busca pelo melhor desempenho tinha começado e em 2016 ele obteve um primeiro resultado internacional na sua nova categoria. Foi o que detonou o disparo para busca da vaga nas Olimpíadas de Tóquio 2021 e que Lucas conquistou no pré-olímpico na Lagoa Rodrigo de Freitas a sua raia e quintal e com apenas 22 anos.
A rotina dos treinos foi incorporada a rotina do cotidiano. Estudos e trabalho para sustentar o esporte. Mesmo sendo um atleta federado pelo Botafogo e disputando competições nacionais e internacionais a ajuda que o clube oferece não dava para alcançar o nível dos atletas europeus e americanos. Muita garra e determinação e esquecer a que a vida de um jovem da sua idade desfruta. Não baladas, não as confraternizações e ainda depois da pandemia os cuidados especiais.
Lucas foi morar sozinho na zona norte e dedicou-se ao máximo aos treinos e conseguiu o índice olímpico. Sua luta não para aí. Muitos anos estão por vir. “O remo é um esporte pouco divulgado e eu pretendo mudar isso através do meu desempenho nos próximos anos”, conta Lucas. Ainda sem patrocinador Lucas Verthein nesse momento disputa uma série de competições em Lucarno, Suiça e depois na Itália, viagem viabilizada pela Confederação Brasileira de Remo.
Lucas, volta ao Rio para mais uma bateria de treinos e parte rumo a Tóquio em busca de uma boa classificação. Medalha não é impossível, mas com certeza em 2024 é o objetivo. Depois Tóquio vem o Mundial de Remo, em outubro, em Shangai, na China e Lucas Verthein estará lá brilhando.
