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A exposição “Baba na Fronha”  do artista plástico Yan Copelli renovou com um sopre de criatividade a cena da arte contemporânea na cidade de São Paulo. A exposição aconteceu no Projeto Vênus, a incubadora galeria que tem no comando o curador Ricardo Sardemberg. Um espaço que merce toda a tenção pela qualidade dos artistas representados. 
 Conversamos com o artista Yan Copelli sobre sua carreira e técnicas. 
1) Quando você começou a pensar em ser um artista?
Eu sempre desenhei e quando pequeno gostava de criar criaturas de outro mundo, meio mitológicas. Eu tinha uma coleção de super heróis quando era criança que desenhávamos eu e um amigo, e os meus eram bem diferentes dos mais tradicionais que tinham esse ideal de masculinidade super exacerbada. Acho que essa minha vontade de criar um universo diferente do que a gente vive ou até do que a gente através do desenho, da pintura e da escultura foi o que me motivou a pensar em ser artista principalmente. Essa possibilidade de jogar com a realidade.
2) Sua educação familiar e acadêmica favoreceu sua escolha?
Não necessariamente, mas indiretamente sim. Eu me formei em design gráfico e de algum jeito a metodologia do design contribui para o meu pensamento artístico. E na minha casa eu tenho um pai que também é músico e minha mãe sempre gostou de fazer colagens. Apesar de atuarem em áreas completamente diferentes, sempre tive um ambiente acolhedor para isso.
3) Como foram os seus primeiros passos na sua carreira?
Acho que estão sendo! Sou um jovem artista, mas acredito que os primeiros passos para efetivamente desenvolver a minha prática foi em um coletivo de arte que fiz parte quando estava na faculdade ainda, com dois amigos. Foi meio uma escola porque a gente ia inventando e aprendendo as coisas juntos. Nesse momento a gente focava em experimentações editoriais e tava ali nessa intersecção entre a arte e o design. Depois de algum jeito isso deu bastante repertório para cada um seguir com suas poéticas individuais.
Yan Copelli – Foto Ana Pigosso
4) Como você define o objeto de sua pintura?
O que me interessa é criar um universo a partir do meu repertório e interesses e usar o que a pintura me oferece para criar o clima que eu quero. No fim o que mais importa pra mim é a vontade e agora principalmente a continuidade de pintar, o objeto vem através normalmente do desenho de uma forma espontânea e como falei acima dos meus interesses que estão relacionados a natureza, sexualidade, entre outras coisas.
5)  Quais são as suas referências?
Procuro não me delimitar a referências que não a própria natureza e os objetos que estão ao meu entorno. Mas na pintura é inevitável não olhar para algumas pessoas. Tenho visto muito a luz e sombra do El Greco principalmente, que sempre achei muito mágica. E gosto muito da turma dos surrealistas também, a Leonora Carrington, a Remedios Varo, o Magritte, a Maria Martins. Tem um diretor de cinema que sou fascinado e que foi bem importante pra minha formação (como artista e pessoa hahah) que é o John Waters.
6) Onde você busca suas inspirações?
No trabalho diário e no meu próprio trabalho. Minha inspiração se perde quando deixo de trabalhar. Parece piegas, mas é verdade, não acredito muito em inspiração. Acredito somente em estar bem disposto para trabalhar.
Yan Copelli – Foto Ana Pigosso
7) Como é seu processo você pinta diariamente?
Às vezes preciso pegar outros trabalhos, mas quando não, estou no ateliê trabalhando diariamente sem muita folga. O processo de trabalho não tem uma rotina muito certa, as vezes chego no ateliê cedo mas só começo a pintar a noite e varo a madrugada. Não tem uma rotina muito definida. Não é como trabalhar em um escritório, mas pra mim é importante criar algumas metas e prazos pessoais para eu não me perder.
8) Como você chegou ao projeto Vênus?
Eu cheguei através da exposição coletiva Nine out of ten que aconteceu em meados de 2020 de maneira online no Projeto Vênus, devido a pandemia. A partir disso, começamos a trabalhar juntos.
Yan Copelli – Foto Ana Pigosso
9) Qual a importância das cores no seu processo?
Tem uma importância significativa: Eu gosto de chegar em um efeito de cor bem saturado, que acho meio mágico. E de criar essa transição de cores de maneira leve e fluida, como se elas tivessem em movimento, e também, de trazer diferentes tons de cor para cada área da pintura.
10) Quais seus próximos passos na sua carreira?
Continuar trabalhando!  =)

 

Yan Copelli – Foto Ana Pigosso

 

Yan Copelli – Foto Ana Pigosso

 

Yan Copelli – Foto Ana Pigosso

 

Yan Copelli – Foto Ana Pigosso