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 Amanhã no sábado (22/01)  será inaugurada a exposição “Copacabana – Mar de memórias”, com obras inéditas de Brígida Baltar, Carla Guagliardi e Tatiana Grinberg. Artistas de destaque no cenário brasileiro e internacional. A exposição é a primeira de arte contemporânea na Galeria SESC – Copacabana.

A exposição marca a reabertura do espaço à visitação presencial após longo período de fechamento por causa da pandemia e do isolamento social preventivo. A mostra segue todos os protocolos de segurança sanitária previstos pelos órgãos responsáveis. Serão apresentadas esculturas, desenhos, instalações e intervenções inéditas, pensadas especialmente para esta mostra, que permeia os campos da arte e da memória.

 

Cuias – Tatiana Grimberg

 

A proposta da exposição é trazer memórias do bairro. As três artistas tem grande vínculo com Copacabana e cada uma nos remete à alguma peculiaridade deste local que é conhecido por sua diversidade. Carla Guagliardi nos fala das interligações entre pessoas e coisas que é comum a todos. Tatiana Grinberg trata doe elementos com que deparamos a cada esquina. Já Brígida Baltar nos remete ao mar numa verdadeira poesia. A curadoria da exposição ficou à cargo de Franklin Espath Pedroso que selecionou as artistas e suas obras para focalizar justamente Copacabana.

Brigida Baltar

Carla Guagliardi

 

Pedimos as artistas algumas aspas sobre a exposição e sobre sua primeiras memorias de Copacabana e elas atenderam. 

“Não sei dizer o que seria uma primeira memória – aquela mais estendida no tempo ou a que vem primeiro? talvez o menor grão? seria algo entre a troca de olhares, o olhar que se abisma e os pés que se perdem, tanto frente ao mar e à brisa, como no labirinto precário ou construído, em meio a superpopulada e diversa massa de gente” conta Tatiana Grimberg.

“Minha memória de Copacabana na infância era de abundância da natureza: bambuzal na praça do Bairro Peixoto, onde eu brincava com minhas bonecas. Pela janela da sala eu via borboletas e as vezes aquelas azuis, bem grandes, entravam pela janela. Ainda podia se ver vagalumes e a praia era bem presente. Havia tatuís, muitos, pequenos siris e infinitas conchas de todas as formas. Além das bolas de areia perfeitas que eu gostava de fazer, colecionar conchas e se encantar com os desenho delas me enchia de alegria. Com o tempo eu passei a encontrar só cacos de conchas quebradas e fiz o trabalho Cacos da decepção, formas orgânicas de cerâmica esmaltadas, mas foi através dos fragmentos que passei  a admirar a potência da incompletude”, fala Brígida Baltar.
“Eu nasci e cresci em Copacabana e minhas memórias mais remotas são daqui. Seria óbvio falar da praia q eu frequentei desde bebê e quase q diariamente…. Mas uma memória q teria a ver com a questão da “invisibilidade”, um dos conceitos do meu trabalho, seria o cheiro da maresia. Lembro bem desse cheiro à noite, que adentrava o apartamento , a 3 quadras da avenida Atlântica e de fundos! Esse cheiro quando raramente o sinto hoje, traz muitíssimas memórias”, conta Carla Guagliardi.