“Uma Pintura é Uma Bandeira“, a primeira mostra individual do multiartista Felipe Carnaúba em São Paulo, abre no próximo dia 30 de setembro na GEMA, sob curadoria de Eduarda Freire. Com, aproximadamente, 40 trabalhos entre pinturas, desenhos, vídeos, NFTs, objetos e Game, propor um ambiente social e informal de debate diante obras ‘ironicamente’ políticas.
Entre as telas, pode-se encontrar algumas representações artísticas feitas em conjunto com componentes do coletivo Palácio Guanabara. “Felipe propõe uma flexibilização dos limites do espectador, diante de seus excessos; provoca o público com postulados por vezes perigosos, não-lineares e pouco esclarecidos”, delibera a curadora.
Nos trabalhos do artista não há uma definição clara entre a busca pelo aplauso ou pela rejeição. Por vezes, pode-se até pensar Felipe Carnaúba como um advogado de causas próprias ao perceber o grau de ‘malícia’ presente nas criações. “Hoje, sou obrigada a repensar essa figura. A presente produção me provoca mais questionamentos, do que conclusões. (…..) Como seria conviver com uma silenciosa tensão toda vez que receber alguém para conhecer a casa? Essa imagem de um metro de altura do rosto do presidente, feia, mal-pintada e bem representada, não é algo que se consiga explicar facilmente para alguém num primeiro encontro romântico.
“Uma Pintura é Uma Bandeira“. Por que? “Copos de Guaravita em pedaços de papelão, ou assentos de privada na parede expressam, na verdade, o Brasil por um carioca suburbano, subentendido e subestimado”, responde a curadora.
“Felipe se caracteriza pelo acúmulo, excesso e desorganização. Sua produção incansável e/ou exaustiva, detestável e/ou divertida, desafia a se deparar com níveis baixos da realidade atual, a um alto grau de insolência e destemor. Em meio a frenéticos (senão épicos) aspectos antiglamurosos, gira uma ciranda do fracasso. Talvez seja essa a insinuação de que o veneno é o antídoto.” Eduarda Freire