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A Mul.ti.plo Espaço Arte, no Leblon, inaugura exposição de Célia Euvaldo, artista paulista com 40 anos de uma exitosa carreira na arte contemporânea brasileira. Reconhecida por um trabalho de grande personalidade e rigor, com suas densas e inconfundíveis pinceladas de preto ou branco, Célia apresenta ao público obras recentes com a incorporação de cores suaves à sua paleta, por meio de “aguadas” de verde, lilás, amarelo ou vinho. A mostra “Célia Euvaldo – Pinturas” reúne seis telas inéditas, de dimensões entre 0,30 x 0,40 m a 3 x 1,60 m, com texto de Otavio Leonidio. A exposição abre no dia 9 de março, às 18h, e fica em cartaz até 28 de abril, com entrada franca.

Celia Euvaldo

 

Essa é a segunda exposição individual de Célia Euvaldo na Mul.ti.plo. A primeira foi em 2017, quando ela mostrou seus primeiros trabalhos com outras cores além do preto e branco. “Daquela vez, uma parte da tela era coberta por tinta espessa preta e outra parte por uma tinta bem diluída, em geral de outras cores. Dessa vez, a tinta espessa preta foi substituída por tinta espessa branca e a parte colorida traz tons mais suaves”, conta a artista.

Celia Euvaldo

 

As novas telas de Célia Euvaldo exploram as diversas possibilidades da relação entre o branco e a cor, em um resultado que surpreende tanto pela densidade quanto pela leveza, numa rica combinação de texturas, nuances e gestualidade. Em superfícies opacas, monocromáticas, a textura surge em pinceladas largas, feitas de uma vez só, ora na horizontal, ora na vertical, criando um padrão desconcertante. Ao mesmo tempo, em pequenos recortes, vemos emergir sutilmente a cor, sempre diluída, numa composição de rara elegância.

Nas reflexões de Otavio Leonidio, o que ocorre nas novas pinturas de Célia Euvaldo, alternativamente, é um jogo de “desfazimento” de antecipações e intuições, jogo no qual a cor exerce um papel crucial. “No advento da cor nas pinturas mais recentes de Euvaldo está a aposta numa relação renovada com seu público. Um público que o branco e o preto pacientemente cativaram ao longo de duas décadas”, escreve o professor.

Celia Euvaldo

 

Entre os críticos de arte que acompanham a obra da artista estão alguns dos nomes de maior prestígio no país. “Célia Euvaldo volta a nos surpreender. Suas pinturas com ‘aguadas’ despertam um interesse particular para a experiência estética na sua obra”, escreve Paulo Sergio Duarte sobre a nova série. “As obras dela resultam de momentos pictóricos díspares senão conflitantes. Na condição, porém, de que terminem todos juntos! Em suma, seu destino é perseguir, de novo e a cada vez, sua realização incerta”, reflete Ronaldo Brito.

Sobre Célia Euvaldo

Célia Euvaldo começou a expor em meados da década de 1980. Suas primeiras exposições individuais foram na Galeria Macunaíma (Funarte, Rio de Janeiro, 1988), no Museu de Arte Contemporânea (São Paulo, 1989) e no Centro Cultural São Paulo (1989). Ainda em 1989, ganhou o I Prêmio no Salão Nacional de Artes Plásticas da Funarte. Desde então tem exposto regularmente em mostras individuais e coletivas em galerias e instituições.

Participou, notadamente, da 7ª Bienal Internacional de Pintura de Cuenca, Equador (2001) e da 5ª Bienal do Mercosul (2005). Realizou exposições individuais, entre outros, no Paço Imperial (Rio de Janeiro, 1995, 1999 e 2015/16), na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2006), no Centro Cultural Maria Antonia (São Paulo, 2003 e 2010), no Museu de Gravura da Cidade de Curitiba (2011) e no Instituto Tomie Ohtake (São Paulo, 2013). Em 2016, participou da mostra coletiva Cut, Folded, Pressed & Other Actions na David Zwirner Gallery, em Nova York. Em 2017 realizou exposições individuais no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte e Ribeirão Preto, e, em 2018, na Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo.