• Post author:

José Karini apresenta o monólogo Guerras

Renato Carrera dirige José Karini em seu primeiro monólogo Guerras no qual reflete sobre as guerras humanas. O espetáculo mistura, a partir do conceito do sampler, falas de mais de 30 personalidades mundiais. A estreia é dia 23 de março no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro

As guerras acompanham o homem desde tempos imemoriais. Através delas, nações e regras se estabeleceram. Isso tudo a um preço: a perda de populações e a de bens culturais, apagados da História. A palavra guerra ganhou novos conceitos. O mundo contemporâneo é rico em exemplos que vão (muito) além da disputa territorial e política entre Rússia e Ucrânia. As guerras são também entre ideologias e facções, culturais e existenciais. Os pontos de vista são pautados por ideias e externados pela fala, gerando discursos. Os pensamentos de mais de 30 nomes sobre as idiossincrasias humanas estão reunidos em Guerras, primeiro monólogo de José Karini, com o qual o ator celebra 30 anos de carreira.

Essas falas compõem um roteiro dramatúrgico assinado por Sidnei Cruz para o espetáculo, cuja direção é de Renato Carrera. A encenação conta com direção de arte de Daniel de Jesus. A estreia é no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro no dia  23 de março de 2023, e a temporada vai até 30 de abril, de quinta a sábado, às 19h, e, aos domingos, às 18h, com ingresso a R$ 30.

Essas falas foram retiradas de discursos, entrevistas, obras literárias e letras de músicas, entre outras fontes, de nomes – a maioria relacionada à Cultura Ocidental e atuante entre os séculos XX e XXI – de diferentes correntes ideológicas que refletem sobre os conflitos e as vicissitudes humanas. O mais antigo deles certamente é Jesus Cristo, cujas ideias, propagadas por seus apóstolos, têm forte tom humanista. A lista inclui ainda Mahatma Gandhi (1869-1948), símbolo do pacifismo no mundo, pensadores como Einstein (1879-1955) e Gilles Deleuze (1925-1995), lideranças políticas como Fidel Castro (1926-2016), o primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965), o presidente russo Putin e grandes nomes das artes como Charles Chaplin (1889-1977),  Caetano Veloso e Chico Buarque, entre outros.

A partir da junção desses discursos surge um novo, justamente o dramatúrgico, criado a partir do conceito literário do sampler – e o que é ele afinal? O sampler revolucionou a indústria fonográfica, nos anos 1980, por inserir numa gravação fragmentos sonoros, que podem ir do canto ao trecho de um arranjo. Nas artes, a ideia de samplear seria colocada em prática antes até do advento tecnológico. 

José Karini apresenta o monólogo Guerras

A costura entre os discursos ganha ainda mais corpo através do olhar do diretor Renato Carrera, indicado aos mais importantes prêmios teatrais do país e ao lado de quem Karini aprofunda a parceria iniciada com “Vestido de noiva”, de Nelson Rodrigues (1912-1980), que deu ao diretor o Prêmio Questão de Crítica em 2013. A parceria passa ainda pelos espetáculos “Malala, a menina que queria ir para a escola”; “Ielda – Comédia trágica”; “Por detrás de ‘O Balcão’” e, mais recentemente, pela montagem de “O Balcão”, de Jean Genet (1910-1986).

E, unidos, levam à cena a concretização de ideias que, em comum, versam sobre aspectos político, artístico e existencial da vida. No corpo, na voz e no entorno do intérprete transparecem os diferentes tipos de guerras – políticas, culturais, sociais e internas – com as quais temos de lidar cotidianamente. Desde que o mundo é mundo.

 

Fotos Divulgação

José Karini em Guerras

 

José Karini apresenta o monólogo Guerras
José Karini em Guerras