Prêmio Pritzker de Arquitetura de 2011 e Leão de Ouro na Bienal de Veneza de 2018, o arquiteto português Eduardo Souto de Moura terá sua obra revisitada na exposição “Souto Moura – Memória, Projetos, Obras” – no Paço Imperial, a partir de 22 de março.
Souto de Moura foi responsável por algumas das principais obras arquitetônicas de Portugal, como a “Casa das Histórias” – museu Paula Rego – em Cascais, o Mercado Municipal e o Estádio Municipal de Braga (Estádio Axa) – esse, referência para o prêmio Pritzker; a Casa das Artes, a Casa do Cinema de Manoel de Oliveira e o Edifício Burgo, no Porto; a Ponte dell’Accademia, em Veneza (Itália). Dignas de nota são também as intervenções patrimoniais no Convento de Santa Maria do Bouro, em Amares, no edifício da Alfândega Nova (atual Museu dos Transportes e Comunicações/Centro de Congressos e Exposições) e na antiga Cadeia da Relação (convertida no Centro Português de Fotografia), no Porto.
A curadoria de Nuno Graça Moura e Carlos Castro no Paço Imperial selecionou nove imagens de sete projetos de Souto de Moura, expostos em quadros que circundam a sala. No meio, em vitrines de vidro, estão croquis, fac símiles, anotações pessoais, fotografias de maquetes e outros documentos sobre cada umas das obras, que formam um conjunto de elementos de trabalhos relevantes para a compreensão da obra e do método de Souto de Moura nos seus diversos aspectos.
A convite do Instituto Camões em Brasília, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) promoverá uma programação paralela para amplificar o debate sobre a obra de Souto Maior e a importância da preservação de acervos arquitetônicos. Participam desta programação o CAU do Rio de Janeiro, o IAB – nacional e o departamento do Rio de Janeiro – e o IPHAN. Serão três debates, o primeiro no dia da abertura (22 de março), terá como tema a “Memória”.
Numa época em que, como noutras, uma parte da arquitetura parece ter pedido algo do seu sentido essencial, acreditamos que esta mostra constitui uma oportunidade maior para sublinhar a relevância da obra de Souto de Moura.
A apresentação da exposição “Souto de Moura – Memória, Projetos, Obras” é uma iniciativa da Embaixada de Portugal no Brasil e do Instituto Camões em Brasília, em parceria com a casa de Arquitectura – Centro Português de Arquitectura . A realização foi possível graças ao patrocínio da Petrogal Brasil.
A exposição do Paço Imperial é uma versão adaptada da grande mostra do aruiqteto realizada na casa de Arquitectura – Centro Português de Arquitectura – na cidade de Matosinhos, instituição para a qual Souto de Moura doou todo seu acervo, composto por 700 maquetes de 700 projetos.
Para Nuno Sampaio, diretor da Casa, o conjunto das obras expostas no Paço Imperial mostra mais de 40 anos do trabalho de Souto de Moura e reforça a ligação sentimental com o Brasil. “Trazemos a arquitetura do Brasil a Portugal – em maio, abrem duas exposições dedicadas a Paulo Mendes da Rocha – , levamos também nossa arquitetura ao Brasil. Os projetos expostos no Paço Imperial são uma visão da produção arquitetônica de Souto de Moura”.
Eduardo Souto de Moura nasceu no Porto em 1952. Licenciou-se em arquitetura pela Escola Superior de Belas Artes do Porto em 1980, quando também começou sua atividade como profissional liberal. Foi professor convidado em Paris-Belleville, Harvard, Dublin, Zurich, Lausanne e Mantova.
Além do Pritzker em 2011 agraciado, segundo o júri, pela capacidade do arquiteto de conciliar características opostas, como o poder e a modéstia, a coragem e a subtileza, com destaque para os projetos do Estádio Municipal Braga, mais conhecido como o estádio AXA, construído numa antiga pedreira, e do Leão de Ouro em 2018, pelo trabalho no complexo turístico de São Lourenço do Barrocal, em Reguengos de Monsaraz, recebeu o Prêmio Wolf em 2013 e o Piranesi em 2017.
Como grandes referências da sua obra devem referir-se, além de Siza Vieira (1933 -), os arquitetos Mies van der Rohe (1886-1969) e Aldo Rossi (1931-1997), as experiências californianas dos anos 50 e 60 (Craig Ellwood, Pierre Köning e as “case study houses”), a arte minimalista (Donald Judd e Sol Lewitt). Souto de Moura foi também influenciado por Bernardo Soares, um dos heterónimos do poeta Fernando Pessoa (1888-1935), por Roland Barthes (1915-1980), pensador e escritor francês, pelo pintor catalão Antoni Tapiès (1923-) e pelo artista alemão Beuys (1921-1986).
Serviço
Souto Moura – Memória, Projetos, Obras
De 22 de março a 23 de maio
Abertura – 22 de março das 15hs às 19hs
Visitação – terça a domingo e feriados – das 12hs às 18hs
Centro Cultural do Patrimônio Paço Imperial
Praça XV de novembro, 48
Debates
Memória – 22 de março às 15hs – Sala dos Archeiros – Paço Imperial
Projetos – 05 de abril às 17hs – ala dos Archeiros, Paço Imperial
Obras – 19 de maio – 17 hs – Sala dos Archeiros, Paço Imperial
Mais informações
Ester Lima – 21-991611184
Site
http://amigosdopacoimperial.org.br/
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