• Post author:

A mostra, organizada em colaboração com o Projeto Leonilson, conta com curadoria de Ricardo Resende e apresenta trabalhos do início da carreira do artista, lado a lado com obras do final de sua vida, evidenciando aspectos que permearam toda a sua produção.

Sem Título (1979) - Leonilson
Sem Título (1979)

 

No dia 06 de Maio de 2023, a Verve inaugura a exposição “Leonilson e o artista do nosso tempo”, com curadoria de Ricardo Resende. Após três décadas do falecimento precoce do artista José Leonilson, em 28 de maio de 1993, a galeria, em colaboração com o Projeto Leonilson, se junta a outras instituições pelo país para celebrar a enormidade de um legado que o coloca entre os mais relevantes artistas brasileiros, cuja obra segue reverberando e exercendo grande influência para as novas gerações.

Estou sempre provocando dramas familiares (1990)
Estou sempre provocando dramas familiares (1990)

 

A mostra pretende lançar luz sobre os anos iniciais do artista ao reunir um significativo conjunto de trabalhos do final dos anos 70 e início dos 80, ainda pouco conhecidos pelo público, que guardam características que acompanharam sua pesquisa até o final da vida. Este recorte de caráter institucional reflete os anos que o curador Ricardo Resende se debruçou sobre a trajetória de Leonilson, que nas suas palavras “produziu os mais delicados desenhos e fez uso frequente de inscrições de textos e palavras, fazendo deles verdadeiras poesias. Conversas de alguém que transcendia o mundo”.

Homem Bala (1979)
Homem Bala (1979)

 

Somados a este raro conjunto de desenhos, serão apresentados trabalhos dos últimos anos de vida do artista, revelando aspectos em comum que acabam por permear toda a sua história. Para a exposição, também foram selecionados desenhos que remontam a época em que ainda cursava a Faculdade de Artes Plásticas, como registros de aulas de modelo vivo, nos quais já se pode observar aspectos importantes que apareceriam de forma marcante em sua produção posterior. “Nas pequenas figuras destes desenhos de 1977 e 1978, observamos que o artista vai preservar as qualidades dos traços que veremos nos desenhos do começo da década de 1990, final de sua carreira.

O grande rio (1991)
O grande rio (1991)

 

Figurinhas de homens reduzidas nos traços mínimos, mas ainda assim, carregados de forte expressão. Característica do seu desenho de pequenas proporções sobre folhas de papel com grandes áreas em branco”.

Em outro conjunto de desenhos aquarelados, também do início dos anos 1980, pode-se observar a maneira como o artista iria ver o mundo interior das pessoas: “Cenas do cotidiano em que retrata amigos no estado de contemplação. Nos anos 1990, Leonilson produziu uma série de desenhos que exploravam temas como a solidão, a angústia e a morte, muitas vezes de forma autobiográfica”, comenta o curador; “Esses desenhos são caracterizados por traços mínimos, porém fortes e expressivos, que evidenciam a carga emocional presente em toda a sua obra, que já se via nessa série de desenhos de modelo vivo de 1977. Os anos primordiais do artista.”, conclui Resende.

O Louco (1992)
O Louco (1992)

 

Exposição: Leonilson e o artista do nosso tempo
Artista: José Leonilson
Curadoria: Ricardo Resende
Coordenação: Allann Seabra e Ian Duarte
Abertura: 06 de Maio de 2023 [Sábado], das 13:00 as 17:00.
Período: 06 de Maio [Abertura ao Público] a 04 de Abril de 2023.
Local: Galeria Verve – www.vervegaleria.com
Endereço: Avenida São Luis, 192 – Sobreloja 06 [Edifício Louvre] – República [Centro], São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3237-3247
Horários: Terça a sexta-feira, das 11:00 às 18:00h / Sábado, das 12:00 às 17:00h [exceto abertura]
Número de obras: 16
Técnica: Desenho, aquarela e vídeo.
E-mail p/ Contato: contato@vervegaleria.com

O Triângulo Amoroso (1978)
O Triângulo Amoroso (1978)

 

José Leonilson
(Fortaleza, 1957 – São Paulo, 1993) Fez cursos livres na Escola Panamericana de Arte e depois ingressou no curso de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado, deixando-o incompleto, para iniciar sua trajetória artística. Sua poética trata sobre sua existência, debate sentimentos, alegrias, conflitos, dúvidas e principalmente, no final de sua vida quando descobre ser portador do vírus HIV, sobre suas angústias, medos, a convivência com a doença e o impacto que ela causa na sua vida.

Permanência (1980)
Permanência (1980)

 

Sua produção é considerada por críticos brasileiros e internacionais de grande valor conceitual para a arte no Brasil, sendo o retrato autêntico e incansável de uma geração e, que por abordar questões cruciais inerentes à subjetividade humana, se faz capaz de gerar identificação e diálogo universal. Seu trabalho integra permanentemente coleções internacionais, tais como o MoMA (Museum Of Modern Art, New York), Centre Georges Pompidou (Paris), Tate Modern (Londres), Instituto Inhotim, Pinacoteca Do Estado de São Paulo, Museu De Arte Contemporânea De Barcelona, Los Angeles County Museum (LACMA), MAM-RJ, MAM-SP, Deutsche Bank Collection, Instituto Itaú Cultural, Instituto Moreira Salles, Museu
Serralves, entre outros.

S_ Título (1978)
Sem Título (1978)

 

Ricardo Resende
(Guaranésia, 1962-) é mestre em História da Arte pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), e tem carreira centrada na área museológica.. Trabalhou de 1988 a 2002, entre o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e o Museu de Arte Moderna de São Paulo, quando desempenhou as funções de arte-educador, produtor de exposições, museógrafo, curador assistente e curador de exposições. Desde 1996, coordena o Projeto Leonilson.

S_ Titulo(1979)
Sem Título (1979)

 

É autor do primeiro livro sobre o artista Hudinilson Jr, com apoio do Itaú Cultural; foi diretor geral de 2010 a 2014 do Centro Cultural São Paulo; diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, Rio de Janeiro, de 2009 a 2010. De março de 2005 a março de 2007, foi diretor do Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza, no Ceará. Em 2007 participou de residência artística, como crítico convidado do Lugar a Dudas, em Cali, Colômbia. Foi diretor geral do Centro Cultural São Paulo, em São Paulo, a partir de julho de 2010. Atualmente é curador chefe do Museu Bispo do Rosário no Rio de Janeiro, desde 2014.

Sem Título (1978)

VERVE
A Verve é uma galeria de arte contemporânea fundada em São Paulo, em 2013. Nascida do entusiasmo e inspiração que animam o espírito da criação artística, a Verve é abrigo para diferentes plataformas de experimentação da arte contemporânea. A eloquência e sutileza que caracterizam o nome do espaço também estão presentes na cuidadosa seleção de artistas e projetos expositivos. Por entender que as linguagens artísticas compreendem processos contínuos e complementares, a galeria representa novos talentos e profissionais consagrados que transitam livremente entre a pintura, o desenho, fotografia, escultura e a gravura.

Dirigida pelo artista visual Allann Seabra e o arquiteto Ian Duarte, a galeria ocupa um espaço no mezanino do histórico Edifício Louvre, em franco diálogo com o patrimônio construído da cidade de São Paulo. Na diversidade de seus espaços expositivos emergem possibilidades de curadoria que vão além do cubo branco, estendendo-se para a rua e cumprindo a função integradora entre a arte, o público e a cidade.