Difícil você escolher quais fotos escolher, pois foi uma verdadeira festa de amigos, artistas e colecionadores na celebração dos 25 anos Anita Schwartz Galeria. Uma alegria porque como vocês sabem o negócio das artes é complicado. Ontem (10/05) foi um engarrafamento total no Baixo Gávea.
Em celebração aos seus 25 anos de atividades – e há 15 no espaço da Gávea, em que lançou um novo paradigma para os espaços arquitetônicos de uma galeria de arte no Rio de Janeiro – a exposição vai reunir trabalhos inéditos ou emblemáticos de artistas que fizeram parte desta história, como Abraham Palatnik (1928-2020), Angelo Venosa (1954-2022), Ivens Machado (1942-2015), Rochelle Costi (1961-2022) e Wanda Pimentel (1943-2019), em homenagem especial ao seu legado e memória; Antonio Manuel, Artur Lescher, Carlos Zílio, Daniel Feingold, David Cury, Gonçalo Ivo; e Ana Holck, Andreas Albrectsen, Carla Guagliardi, ClaudiaMelli, Cristina Salgado, Gabriela Machado, Jeane Terra, Lenora de Barros, Maritza Caneca, Marjô Mizumoto, Nuno Ramos, Otavio Schipper, Paulo Vivacqua, Renato Bezerra de Mello, Rodrigo Braga e Waltercio Caldas, representados pela Galeria. As obras vieram dos acervos dos próprios artistas, cedidas especialmente para este momento de comemoração, e algumas do próprio acervo de Anita Schwartz.
Anita Schwartz Galeria de Arte tem o prazer de convidar, a partir 10 de maio de 2023, para a exposição “Anita Schwartz XXV”, que celebra seus 25 anos de atividades, com trabalhos históricos e emblemáticos e outros novos e inéditos, produzidos especialmente para a mostra, de 27 artistas que participaram desta trajetória. A curadoria é de Bianca Bernardo, gerente artística da Galeria.
Em uma homenagem especial ao seu legado e a sua memória, estarão obras de Abraham Palatnik (1928-2020), Angelo Venosa (1954-2022), Ivens Machado (1942-2015), Rochelle Costi (1961-2022) e Wanda Pimentel (1943-2019), reconhecidos por sua produção inventiva e singular que rompeu com padrões instituídos.
Obras de Lenora de Barros (1953), Waltercio Caldas (1946), Antonio Manuel (1947) e Carlos Zilio (1944) estabelecem um encontro de obras atemporais que convergem para uma geração de artistas que expandiram as fronteiras do pensamento experimental da arte em relação ao corpo, à linguagem e ao conjunto de relações que a obra, “ao ser liberada da função objeto, poderá engendrar”, comenta a curadora.
“A dobra da constituição da arte como situação é um fio que costura sensivelmente proposições de artistas expoentes das décadas de 1980 e 1990”, explica Bianca Bernardo, sobre as obras de Nuno Ramos (1960), Cristina Salgado (1957), Daniel Feingold (1954), Artur Lescher (1962), Carla Guagliardi (1956), Gonçalo Ivo (1958), e David Cury (1963), que apresentam pinturas e esculturas “que convocam a vivência da arte em vez de um puro estado de contemplação”.
PLURALIDADE DE LINGUAGENS
Em consonância com uma história da arte “que se faz simultaneamente entre passado, presente e futuro”, obras de Marjô Mizumoto (1988), Rodrigo Braga (1976), Otavio Schipper (1979), Paulo Vivacqua (1971), Renato Bezerra de Mello (1960), Claudia Melli (1966) e Maritza Caneca (1964), apresentam obras que conectam-se com a pluralidade de linguagens da arte contemporânea e que expressam com poéticas particulares suas relações com o doméstico, o intangível, o sonoro, a invisibilidade social ea fabulação. Por meio de plasticidades como pintura, fotografia e escultura, cada artista constrói imagens que buscam assim por uma nova partitura, escrevendo narrativas do íntimo ao imaginário coletivo.
“Para celebrar o aniversário da galeria, escolhemos contar sua história a partir dos artistas e suas obras, em uma exposição que percorre os 25 anos de atuação e dedicação à arte. A pesquisa curatorial para essa exposição percorreu o arquivoda galeria, as imagens e textos críticos das exposições que moldaram o seu programa, e decidimos escolher obras emblemáticas que tenham participado de exposiçõesna Anita Schwartz, e outrasinéditas e cedidas gentilmente pelos acervos dos próprios artistas”, conta Bianca Bernardo.
PAIXÃO PELA ARTE
Pernambucana radicada desde a juventude no Rio de Janeiro, Anita Schwartz sempre foi uma apaixonada pela arte, e colecionadora, até que decidiu ingressar no mercado de arte. Após uma década como sócia de pequenas galerias no Rio Design Leblon, em 1998 instalou um espaço com seu nome. Em seguida, expandiu a iniciativa também para o Rio Design Barra, onde concentrou as atividades, depois de desativar, em 2006, a galeria do Leblon. Foi então que sentiu a necessidade de ter um espaço amplo, plural, na Zona Sul, ideia que perseguiu até achar o local ideal.
“Celebrar esta trajetória é um momento de muita alegria, pois são histórias de muitos encontros, exposições ousadas, pioneiras, em galerias de arte, e onde passamos pelas diversas mudanças e afirmação do circuito brasileiro de arte. Desejei compartilhar com o público um pouco dessa história, e o resultado é essa exposição comemorativa”, conta Anita Schwartz.
LIVRO COMEMORATIVO
Ao longo do período da exposição será lançado um livro com texto de Paulo Sérgio Duarte, sobre a história de Anita Schwartz Galeria de Arte, e com registros de imagens da mostra.
ESPAÇO DE ARTE E REFLEXÃO NO BAIXO GÁVEA
Ao construir em 2006 a edificação de três andares no número 30 da José Roberto Macedo Soares, no Baixo Gávea, demolindo para isso uma casa do início dos anos 1950, Anita Schwartz criou um novo paradigma, pois toda a construção de 700 metros quadrados foi pensada para ser um espaço de arte, e não uma adaptação de um local já existente. O projeto arquitetônico ficou a cargo de Cadas Abranches, que atendeu às necessidades de exibição de grandes obras e instalações, em um dos projetos pioneiros no país, que teve sua inauguração em 2008.
O conceito de “cubo branco”, um espaço neutro no térreo que não interfira com a obra de arte, é o centro do projeto. Com mais de sete metros de altura de pé direito, a sala principal tem 140 metros quadrados de área, permitindo a colocação de obras de arte em tamanho monumental, caso de instalações emblemáticas feitas especialmente para o local por Nuno Ramos. Ainda neste piso, há uma sala multiuso.
Para dar acessibilidade a pessoas com algum tipo de incapacidade física, foi instalado um elevador movido a sistema hidráulico, com capacidade de 1,5 tonelada ou 20 pessoas, e tratamento de aço cortén – material preferido dos escultores Franz Weissmann e Amilcar de Castro. O banheiro adequado para cadeirantes foi situado no terceiro andar.
A reserva técnica, no segundo andar da galeria, teve como exemplo a então recém-instalada no Museu Nacional de Belas Artes, em um sistema de trilhos, os traineis.
No terceiro andar, um generoso espaço expositivo comum terraço a céu aberto, permite a vista para o morro do Corcovado, e abriga um contêiner com 20 pés, para videoinstalações. Nesse espaço, já foram realizados encontros, exposições de videoarte, cursos e eventos.
“Eu quis um novo espaço de arte que oferecesse conversas abertas ao público com artistas, críticos e outros pensadores, dando também vez a jovens artistas, de modo a contribuir para que o Rio possa cada vez mais ser um roteiro obrigatório no circuito de artes visuais”, diz Anita Schwartz.
Vejam quem passou por lá nas fotos de Marco Rodrigues
Anita Schwartz Galeria
Exposição “Anita Schwartz XXV”
10 de maio a 29 de julho de 2023
Anita Schwartz Galeria de Arte
Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro