A Mul.ti.plo abriu ontem (29/09) a exposição de Ana Calzavara no Rio de Janeiro. Marcaram presença nomes importantes do mercado de arte visual brasileiro. A exposição se chama “Quiçaça“, que, no vocabulário popular, significa mato baixo e espinhento, capoeira de paus tortuosos e ásperos.
Em obras inéditas, a pintora paulista traz à luz essas pequenas plantas rebeldes e obstinadas, que rebentam de um muro descascado, das gretas de uma calçada, do asfalto esburacado.
A maioria dos trabalhos foi criada a partir de junho de 2022. “Eu estava com Covid e, olhando pela varanda, vi árvores mortas, jardins mal cuidados, mas percebi que, onde eu achava que não tinha nada, havia um monte de matinho nascendo”, contou a artista.”Nessa exposição eu queria trazer essa graça da planta nascendo, essa vivacidade do broto. Tem uma certa esperança, insubordinação, alegria, resiliência. É uma afirmação da vida. Mesmo nesse pequeno espaço estamos afirmando a vida”, completou.
Natural de Campinas, atualmente vivendo em São Paulo, a pintora é reconhecida pela potência de sua poética. “Eu sempre tive interesse em contemplar o comum e, na retenção desse comum, capturar o incomum. Olhar para o que está ao redor, ao meu lado, a realidade cotidiana, o natural imediato…”, disse. “A pintura para mim não é uma simples imagem, ela tem que trazer interesse. Não é uma reprodução de imagem, ela tem camadas, complexidade em termos pictóricos.” Com texto crítico de Victor Gorgulho, “Quiçaça” pode ser visitada até o dia 1o. de dezembro, no Leblon.
Ana Calzavara abriu ontem (29/10) a expo “Quiçaça” na Mul.ti.plo
Fotos Ana Paula Amorim