“Qual é o Tema” com a participação dos artistas Amalia Giacomini, Ana Holck, Célia Euvaldo, Elizabeth Jobim, José Pedro Croft e o artista convidado Raul Mourão.
As obras escolhidas para a exposição reafirmam a importância intransferível da linguagem da arte diante de um “Mundo sem chão”, como escreveu o crítico Paulo Sergio Duarte.
Esta Coletiva marca a vinda das artistas Amalia Giacomini, Ana Holck e Elizabeth Jobim para integrar o time da galeria Mul.ti.plo. A exibição mostra também dois artistas da casa, Célia Euvaldo e José Pedro Croft, além do artista convidado Raul Mourão.
Amalia expõe quatro obras, sendo duas delas esculturas de chão feitas de madeira e carpete preto que desafiam a geometria. As outras duas são de parede e se valem de telas antichamas capazes de criar sobreposições e singulares espaços.
A escultora Ana Holck exibe dois trabalhos das séries Entroncados e Estirados. Realizados em cerâmica e fita de aço, desafiam a inércia com complexos movimentos urdidos pela artista. Foram recentemente mostrados, com grande sucesso de crítica e público, no Paço Imperial.
Célia Euvaldo preparou exclusivamente para esta ocasião duas telas que aprofundam a vigorosa relação de seus gestos pictóricos com o surgimento da cor como uma pincelada aguada que realça ainda mais, com leveza, a densidade das texturas e nuances.
Elizabeth Jobim apresenta três telas. Uma delas, de 2021, em grande formato e outras duas recentes. Na trajetória da artista há um rigor e uma pesquisa que prosperam sempre e mais longe. Esse percurso está sendo mostrado também na exposição “O tempo das pedras” no MON, em Curitiba. Imperdível.
José Pedro Croft participa com uma gravura de grande formato em três partes compostas pelo artista. Esse trabalho do renomado autor português fez parte de sua individual na Fundação Aspad Szenes-Vieira da Silva, nunca mostrado no Brasil.
Já o artista convidado Raul Mourão mostra uma série que, na verdade, é mais uma etapa das “setas de rua” que pretende nunca terminar. Iniciada no final dos anos 1980, com fotografias e, posteriormente, passando para pinturas, essa série atual, denominada “novas direções”, ressalta uma artesania sofisticada na utilização de procedimentos modulares.
O conjunto dessas obras tão diversas em suas concepções e poéticas, como sugere a frase de Herberto Elder na epígrafe acima, questiona severamente – e sem panfletos – a relação da arte com a indústria da cultura em curso.
Fotos divulgação
Exposição “Qual o tema.” abriu 06/06 e lotou a galeria Mul.ti.plo no Leblon