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O Instituto Comadre apresenta a exposição coletiva Apocalipse, uma leitura simbólica e contemporânea do livro bíblico que explora questões universais e atemporais sobre moralidade, poder e transcendência. Com curadoria assinada por Gabriela Davies e Maíra Marques e produção de Marcella Klimuk, a mostra, que acontece na Casa França-Brasil, constrói uma imersão em quatro eixos: Poder x Massa e Sagrado x Profano. 

Eduardo Berliner, Sem título, 2017 - Apocalipse
Eduardo Berliner, Sem título, 2017 – Apocalipse

 

Apocalipse não é uma interpretação literal do texto bíblico, mas um convite a refletir sobre as tensões que se formam em nossa sociedade atual. Em especial, a exposição sublinha o peso das instituições de poder e como essas estruturas afetam e transformam a experiência coletiva, moldando comportamentos e impondo valores. Neste contexto, o poder é visto como uma força central que organiza, mas também oprime e desafia a massa, fazendo surgir questões sobre autoridade e resistência. 

Três obras foram criadas especialmente para a mostra pelos artistas Edu de Barros, Maxwell Alexandre e Froiid, integrando-se diretamente à arquitetura da Casa França-Brasil e ocupando também as claraboias do espaço. 

As peças de Edu de Barros, concebidas como profecias que entrelaçam mitos e simbolismos, dialogam com a tradição dos afrescos e murais, inspirando-se na arquitetura

de templos e na ábside, área que frequentemente se localiza acima dos altares. Ao tensionar os limites entre arte e religiosidade, Edu traz uma abordagem que aproxima o espaço da contemplação estética do universo da fé, evocando um apocalipse mundano em suas criações, onde o sagrado e o profano se encontram. 

O díptico de de Maxwell Alexandre, parte de sua série “Clube”, explora o poder e as fronteiras de pertencimento em espaços exclusivos, como clubes sociais, evidenciando o poder de exclusão e as dinâmicas de pertencimento e segregação. 

Sofia Borges, O véu, 2017
Sofia Borges, O véu, 2017

 

Completando o conjunto, “O bode na sala”, obra de Froiid, apresenta uma mesa de truco coberta por moedas de chocolate, simbolizando o poder do dinheiro e suas dualidades – o jogo, o roubo e o espaço ambíguo que o dinheiro ocupa como elemento sagrado e profano. A obra reflete sobre as tensões morais e materiais em torno do dinheiro, evidenciando como ele pode transitar entre valores espirituais e terrenos. 

Além disso, Guga Ferraz contribui com a grandiosa escultura “Bispo Caído, monumento ao Estado laico”, uma peça de xadrez em grande escala que alude ao poder religioso e político. A obra, apresentada anteriormente, ganha agora uma versão ainda ampliada, reforçando sua presença e o diálogo com o espaço expositivo. “Bispo Caído” convida à reflexão sobre o secularismo e as relações entre poder e religião. 

Como parte da rota cultural do G20, a exposição amplia seu alcance ao integrar-se a um circuito internacional de atividades e reflexões, oferecendo uma visão crítica sobre temas que são igualmente relevantes em uma esfera global. Através de obras que variam entre o ritualístico e o político, Apocalipse propõe que o fim não seja apenas uma ruptura, mas um ponto de questionamento e renascimento.

O diálogo entre as obras e o ambiente da Casa França-Brasil abre possibilidades de reflexão sobre os sistemas morais e espirituais que nos cercam, e o papel das instituições no exercício e manutenção do poder. 

Artistas participantes: Augusto Portella, Caio Pacela, Carlos Vergara, Darks Miranda, Edu de Barros, Eduardo Berliner, Felippe Moraes, Fernando de La Rocque, Francisco de Goya y Lucentes, Froiid, Gian Gigi Spina, Guerreiro do Divino Amor, Guga Ferraz, Hélio Oiticica, Ian Cheibub, Jean-Marie Fahy, Letícia Parente, Márcia X, Maria Antonia, Maxwell Alexandre, Melissa de Oliveira, Nádia Taquary, Randolpho Lamonier, Raphael Escobar, Sofia Borges, Tainan Cabral e Thix. 

Maxwell Alexandre, série Clube, 2024
Maxwell Alexandre, série Clube, 2024

 

Serviço: 

Exposição: Apocalipse 

Curadoria: Comadre (Maíra Marques e Gabriela Davies) 

Produção: Marcella Klimuk 

Data: 08 de novembro a 01 de dezembro de 2024 

Local: Casa França-Brasil 

Endereço: R. Visc. de Itaboraí, 78 – Centro, Rio de Janeiro – RJ 

Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 17h

Horário de atendimento para pessoas com deficiência intelectual e mental: Quartas, de 10h às 11h 

Entrada gratuita 

Para mais informações: 

co@comadre.art 

@comadre.art 

@casafrancabrasiloficial