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Em parceria com Instituto Mazzaropi, seleção vai exibir 18 filmes do comediante. Programação também prevê eventos em abril em Taubaté

Mostra apresenta novas cópias de filmes recuperadas por meio projeto da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo

Cinemateca Brasileira abre calendário de 2025 com retrospectiva de Amácio Mazzaropi
Cinemateca Brasileira abre calendário de 2025 com retrospectiva de Amácio Mazzaropi

Entre os dias 29 de janeiro e 9 de fevereiro, a Cinemateca Brasileira abre sua programação de 2025 com a Retrospectiva Mazzaropi. Em parceria com o Instituto Mazzaropi, a mostra reúne 18 filmes de um dos mais conhecidos artistas do cinema brasileiro.

A mostra celebra a finalização do projeto “Digitalização e Difusão de Obras de Amácio Mazzaropi”, aprovado por edital da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo. A iniciativa digitalizou seis filmes de Mazzaropi e as novas cópias digitais serão exibidas pela primeira vez ao público durante a retrospectiva. O projeto também levará essas obras e uma programação especial a Taubaté em abril, em parceria com o Instituto e o Museu Mazzaropi.

Reconhecido pelo icônico personagem do caipira que definiu sua carreira, os filmes estrelados por Mazzaropi eram comédias leves e divertidas, muitas vezes permeadas por um toque de melodrama. Suas obras abordavam temas e debates relevantes, como o racismo, a reforma agrária, injustiças sociais, e a relação entre campo e cidade. Assim, Mazzaropi construiu um conjunto de obras que se voltou para o cotidiano de grupos marginalizados da sociedade brasileira, tendo o humor como ponto central e uma linguagem popular capaz de alcançar números de bilheteria impressionantes.

A carreira artística de Amácio Mazzaropi (1912-1981) tem início em 1926, ao ingressar em uma trupe circense; ele permanece no teatro até 1946, quando é contratado pela Rádio Tupi para protagonizar um programa dedicado ao público que migrava do interior para a capital de São Paulo. Em 1951, Mazzaropi entra na Companhia Cinematográfica Vera Cruz, onde estreia no cinema com o filme Sai da frente (1952), que será exibido na abertura da Retrospectiva. Na Vera Cruz, atua também em Candinho (1953), que contará com uma sessão especial na tela externa.

Após se desligar do estúdio, participa de produções de diferentes companhias até criar sua própria produtora e distribuidora, a PAM Filmes – Produções Amácio Mazzaropi, em 1958. A partir daí, passa a ter mais controle criativo sobre os filmes, além de criar uma estratégia de distribuição de sucesso que levou milhões de espectadores para as salas de cinema. É desta fase a maior parte dos filmes selecionados para a mostra, com destaque para Zé do periquito (1961), O lamparina (1964), O corintiano (1966) e O puritano da rua Augusta (1966).

Além das sessões, será realizado o debate “Vida e obra de Amácio Mazzaropi”, com a presença de Cláudio Marques Luiz, Paulo Duarte e Celso Sabadin. O debate terá acessibilidade em Libras e será transmitido ao vivo no canal YouTube da Cinemateca Brasileira.

A programação é gratuita e os ingressos distribuídos uma hora antes de cada sessão.

DIGITALIZAÇÃO E DIFUSÃO DE OBRAS DE AMÁCIO MAZZAROPI

Aprovado por edital da Lei Paulo Gustavo, pela Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, o projeto teve investimento de R$ 200 mil para digitalização de seis filmes de Amácio Mazzaropi. A iniciativa ainda inclui mostras e debates em 2025, tanto na sede da Cinemateca Brasileira, na capital, quanto no Museu Mazzaropi, em Taubaté.

Para a recuperação das obras, o processo contemplou ações de pesquisa, conservação e digitalização de 6 títulos, que passarão a contar com cópias em formato DCP para circulação em salas de cinema. Os filmes pertencem aos acervos da Cinemateca Brasileira e do Museu Mazzaropi. São obras que não possuíam cópias digitais para difusão e são importantes para filmografia de Mazzaropi, como a sua estreia no cinema, Sai da frente (1952), dirigido por Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne e produzido pela Companhia Cinematográfica Vera Cruz, e O corintiano (1966), de Milton Amaral, que contém cenas de jogos do Corinthians.

CINEMATECA BRASILEIRA

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivos de Filme – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público.

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