Salek Samba Trio

Trio capitaneado pela cantora e instrumentista Eliane Salek interpreta obra de Ary Barroso em show e recria clássicos do compositor em dois singles. Tributos celebram os 60 anos da morte do autor de “Aquarela do Brasil” e os 40 anos de carreira fonográfica da artista.
Ela já foi chamada de “Ella Fitzgerald brasileira” pelo cantor lírico suíço François Loup, hoje com 84 anos, que foi professor na Universidade de Maryland, nos EUA. A comparação vem bem a calhar quando se trata de Eliane Salek. A cantora e instrumentista transita com desenvoltura entre o clássico e o popular e, em especial, entre o jazz e o samba desde seu álbum de estreia,“Baiôro”, em 1985. E, fiel a si, pavimentou um caminho pautado pelo refinamento do repertório. Um nome fez-se presente em shows e na discografia da artista: Ary Barroso (1903-1964).
E é ele, um dos nomes inaugurais do samba-exaltação, que a artista revisita em seus novos projetos. E ela não está sozinha. Como o violonista, arranjador e pesquisador musical Luís Filipe de Lima e com o multipercussionista Fabiano Salek formam o Salek Samba Trio. Esta trinca lança dois singles em que recria temas do grande compositor – o primeiro deles, “Pra machucar meu coração”, chega às plataformas no dia 24 de janeiro – e interpreta parte do cancioneiro do mestre no show O Brasil de Ary Barroso. A apresentação acontece no dia 30 de janeiro, quinta-feira, às 16h,no Teatro Brigitte Blair,em Copacabana, e terá as participações de Marcio Gomes, Fhernanda Fernandes e Augusto Martins.
Salek, Luís Filipe e Fabiano encontraram-se ao longo do último ano para um mergulho na obra daquele que é um dos compositores favoritos de Tom Jobim (1927-1994) e de João Gilberto (1931-2019), pilares do que ficaria conhecido como MPB. E vêm à tona com duas pérolas: “Pra machucar meu coração”, que chega às plataformas no dia 24 de janeiro, e “Caco velho”, com previsão de lançamento para 07 de fevereiro. As faixas têm arranjos e direção musical da própria artista, que, além de cantora, é exímia pianista e flautista. Nelas, Luis Filipe de Lima divide-se ainda entre os violões de seis e sete cordas.
E as duas recriações estarão, é claro, no repertório do show, que conta ainda com clássicos como “Isto aqui o que é?”, “Rio de Janeiro (este é o meu Brasil)”, “Faceira”, “Camisa amarela”, “É luxo só” e “No rancho fundo”, comumente (e erroneamente) associada a nomes do segmento sertanejo.

Eliane Salek era ainda menina quando teve seu primeiro contato com o cancioneiro de Ary Barroso. Seu pai, Manoel Salek, enchia a casa com a música ouvida em LPs como o que uniu,em 1968, Elizeth Cardoso (1920-1990), Zimbo Trio, Jacob do Bandolim (1918-1969) e o Época de Ouro. A menina não imaginava que começava a forjar ali a artista que se tornaria.
O encantamento e a identificação com o cancioneiro de Ary é latente na trajetória de Salek. Tanto que gravou quatro pérolas do compositor em seu segundo álbum solo, “Mistura brasileira” (1999), apontado por José Domingos Raffaelli (1937-2014), então crítico musical de O Globo, como um dos três melhores lançamentos musicais daquele ano.
A década de 1990 estreitaria ainda mais os laços entre Salek e o compositor. É nesta década que surge o show “O Brasil de Ary Barroso”, cuja primeira formação uniu a intérprete ao grande violonista Manuel da Conceição (!930-1996), popularmente conhecido como Mão de Vaca. O boca a boca em torno da temporada do show, numa casa na Zona Sul do Rio de Janeiro, levou a Rádio MEC a gravar uma das apresentações.
O show voou alto e voltaria à baila com duas outras formações. Uma com Jorge Simas e,a outra, com Josimar Monteiro, então diretor musical da Mangueira. E o show foi sendo intercalado com outros projetos da artista que, nos últimos anos, lançou singles nos quais reiterou a musicista versátil e a cantora de timbre limpo que ela é.
Esta mesma artista, tão plural e singular, muito bem acompanhada por dois aclamados talentos da nossa música, brinda-nos novamente com pepitas muito bem lapidadas por seu trio. E isto é só um pouquinho de Brasil, ai, ai…
“Pra machucar meu coração” (single)
Músicos: Eliane Salek (voz, piano e flauta), Luis Filipe de Lima (violão de 7 cordas) e Fabiano Salek (percussões)
Produção: Eliane Salek, Luís Filipe de Lima e Tuta Amoedo
Lançamento: 24 de janeiro nas plataformas digitais
O Brasil de Ary Barroso
Show com Salek Samba Trio
Participações especiais de Marcio Gomes, Fhernanda Fernandes e Augusto Martins
Dia 30 de janeiro (quinta-feira)
Hora: 16h
Onde Teatro Brigitte Blair (Rua Miguel Lemos, 51, Copacabana. Tel: 2521-2955. Próximo ao metrô Cantagalo) – Rio de Janeiro
Ingressos: R$ 90 (inteira) e R$ 45 (meia). Vendas pela bilheteria do teatro ou pelo Simpla através do link: https://bileto.sympla.com.br/event/101827
Indicação etária: 10 anos