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Ao trazer dois artistas de intenções distintas, a mostra estabelece um diálogo em contrastes, apresentando expressões consolidadas em investigações que tem no gesto suas dinâmicas estruturais.

Kakati de Paiva e Genésio
Kakati de Paiva e Genésio

Em Kakati, a composição é milimetricamente planejada, mesmo que o acaso tenha lugar na expansão pictórica de suas escolhas. Seus campos de cor superpostos em velações e transparências, trazem uma volumetria construtiva fluída, dividida entre um abstracionismo geométrico de grande relação historicista na arte, numa ponte que vai de Klee a Sued ou Ianelli, até composições atmosféricas rothklianas, um exercício colorista entre Ohtake e Jim Maria da Cruz, com a relevante autonomia de quem, há muito, domina um vocabulário
próprio.

Magno Salgueiro e Carlos Hansen cercando Kakati Paiva
Magno Salgueiro e Carlos Hansen cercando Kakati Paiva

 

Já Atherino, tem em seu gestual livre, expressionista, sua tradução de autoralidade, ora flertando com uma pintura mais brutalista que vai de Dubuffet a Thomas Houseago, ora mais flutuante, que lembra grafismos giacomettianos, também regidos sob sua assinatura.

Marisa Aragão e Clarisse Tarran
Marisa Aragão e Clarisse Tarran

 

Desta imposição de contrastes, a exposição traz ao espectador a possibilidade de acompanhar a trajetória de dois artistas fiéis às suas escolhas e que mantém linhas autorais claras e intensas, mesmo que diferentes em forma e sentido.

Ricardo Alvarez, Kakati de Paiva e Beto Ohara
Ricardo Alvarez, Kakati de Paiva e Beto Ohara

 

Kakati e Atherino compõem com a mesma força pictórica suas expressões e por isso é interessante poder confrontá-las em suas potências

Suas verdades naturais.

Alexandre Murucci

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