Danielian Rio apresenta duas exposições simultâneas:“Verde que te quero ver-te”, de Rosina Becker do Valle, e “Amazoceno”, de Gabriel GiucciAbertura:22 de maioA floresta antes de nós—e apesar de nós O tempo histórico não é linear.

É a partir desse entendimento—de que o presente é sempreuma reconfiguração do passado—que a Danielian Rio apresenta, em simultâneo, duasexposições profundamente conectadas pelo tema da floresta: “Verde que te quero ver-te”, comobras da artista Rosina Becker do Valle(Rio de Janeiro, 1914–2002), e “Amazoceno”, com anova série do artista Gabriel Giucci(Princeton, Estados Unidos, 1987,vive e trabalha entre Riode Janeiro,São Pauloe Nova York), realizada exclusivamente paraa galeria.
Se em Rosina—nome fundamental para a arte brasileira do século XX,aluna deIvan Serpaem cursos livresno MAM-RJ, e identificada com uma sensibilidade popular, intuitiva, quaselitúrgica—tudo nasce de uma floresta íntima, animada por cores saturadas e personagensmitológicos do cotidiano, em Gabriel a floresta se torna palco de uma era imaginária anterioràpresença humana.

É uma pré-história possível, uma fábula crítica do tempo presente.O ponto de encontro entre as exposições é a potência da imagem em reconstruir narrativassobre o Brasil.Em Rosina,a florestaé cultura que emerge da terra; em Gabriel, é umageopolítica sensível, onde a fauna se impõe como sujeito. Ambas as abordagensdesestabilizam o olhar urbano, ocidental e antropocêntrico.

Com curadoria de Marcus Lontra e Rafael Peixoto, a mostra de Rosina traça paralelos comartistasmodernistascomo Djanira e Tarsila do Amaral,em busca de uma identidade brasileirana pintura. Já a série “Amazoceno”, de Gabriel Giucci, amplia o campo da pinturacontemporânea ao propor uma iconografia animal desprovida de idealização—corpos reais, registrados em escala natural, em linho cru tratado com técnicas pictóricas que os aproximamda materialidade da própria floresta.

O título da mostra de Giucci se refere ao tempo geológico da Amazônia como um organismoem disputa, onde a ficção e a ciência se entrelaçam. É um inventário de seres vivos, anterior aoimpacto humano. Em contraponto, Rosina nos lembra que a floresta já está dentro de nós.Todas as obras apresentadas estão à venda pela Danielian.

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