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Antonio Bokel abriu no sábado (dia 20), a individual Paraíso Perdido, sem vernissage, no Espaço Cultura Correios Niterói. Com 30 obras realizadas, em sua maioria, a partir da pandemia, a mostra tem curadoria de Ana Carolina Ralston. São pinturas, esculturas, vídeos, instalações e uma intervenção fotográfica que questionam a relação homem, natureza e tecnologia.
A literatura sempre pautou o trabalho do artista visual carioca. A poesia concreta de Augusto de Campos foi um importante disparador de sua obra, bem como os escritos de Fernando Pessoa, José Saramago e Carlos Drummond de Andrade. O conflito entre Deus e Satã narrado em “Paraíso Perdido”, épico do poeta inglês John Milton (1608-1674), foi a leitura de Bokel durante o início da quarentena, no ano passado. Em dez mil versos sobre a criação do mundo, o clássico publicado em 1667 relata a vingança dos anjos expulsos do Paraíso em confronto com a criação divina: o homem. 

 

“Em 2020, ao longo do período de isolamento social, iniciei um projeto de estudo sobre a difícil relação entre o homem, a natureza e a tecnologia. A partir desse mergulho, criei trabalhos que dialogam com os paradoxos desta problemática. Por trás de pinturas, fotografias e esculturas contextualizadas no momento de mudanças em que a humanidade se encontra, há o desejo de apontar um novo caminho. A pandemia me trouxe aprendizados fundados na observação da natureza e do que há de transcendente em seus fenômenos. A transformação é necessária e acredito que o resgate de uma dinâmica cotidiana mais simplificada e afetiva é uma via de saída”, reflete Bokel. 

A exposição segue em cartaz até 8 de maio.

Fotos Gabi Guerra

Carolina Kasting
Antonio Bokel