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Com colaboração de Marcos Maynart 
Loreto está celebrando o seu novo desafio, o cantor brega Lui Lorenzo, na novela Vai na Fé, que estreia na segunda-feira as 19 horas na TV Globo. “É um dos personagens mais incríveis, acho que está no top 3 da minha carreira, muito divertido, muito desafiador… Digo mais, ou eu tô fazendo um trabalho que vai ser muito ímpar, simbólico, marcante na minha carreira por bem ou vai ser um fiasco, porque é ousado. É uma coisa que eu não costumo ver”, analisou.
Questionado sobre a possibilidade do personagem cair no exagero, o ator elogiou o texto de Rosane Svartman, autora da trama. “Tem esse risco, porque ele é um cara exagerado, animado, mas a Rosane (Svartman) é tão cheia de camadas, escreve tão bem que até no exagero eu to fazendo com muita verdade. Então, assim, o meu primeiro feedback é da equipe, mas a equipe sofre quando ele sofre”, argumentou.
José Loreto – Foto Estevan Avellar – TV Globo
Sobre o sucesso do personagem
“Ah não, eu já to num momento que eu largo a mão, sabe. Lógico que a gente quer que seja aceito, caia no gosto do público. Acho que o personagem tem esse carisma e tem essa repulsa também. Ele é de um ambiente machista, é galanteador, sabe aquele cara que faz a mesma poesia pra dezenas de mulheres? Ilude um pouco as relações, mas é muito bem escrito, então assim, ele faz a cagada: ‘ele fez isso por isso ou por aquilo’, então dá uma perdoada”, analisou.
E quanto a polêmica com o Latino, você chegou a falar com ele depois?
“Não falei com ele não, mas eu soube que ele ficou chateado e a manchete foi meio exagerada, também entendo ele ficar chateado. Mas o que eu quis dizer que é que eu tenho várias inspirações. Jamais eu vou criticar, falar que algum artista é decadente, zero eu. Mas lógico, ele não me conhece, eu não conheço ele, então ele pegou viu a manchete, não leu a matéria, a manchete dava essa conotação, mas o que eu queira dizer era a musicalidade inspirada no Latino, minha dança é mais pro Magal, meu estilo é mais Luis Miguel, coisas que eu pego de vários cantores, aí foi isso. Aí que não quis dar muita ênfase, me perguntaram uma vezinha sobre e eu expliquei. E é isso que eu falei pra você aqui. Dancei muito Latino na vida. E vamos embora, felicidade e sucesso pra todos nós”
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Casado com Fabíula Nascimento e pai dos gêmeos Roque e Raul, Emilio Dantas é um paizão de verdade, “Eu acho uma besteira a gente ficar sempre se reconhecendo no lugar do desconforto, do problema. Sempre que a gente encontra algum pai: ‘mas ter filho é difícil né? Na verdade não é não velho. Eu to curtindo pra caramba, to falando de um ano, claro, não estou me comparando com pai de criança de 5 anos, mas pra mim tá sendo só alegria. Eu espero que as pessoas me encontrem mais na vida e falem: ‘que maravilha que é ter filho, nossa que coisa boa é ter criança por perto, como a gente aprende, como transforma a vida’. A gente já está com muito problema pra ficar se encontrado em problemas o tempo todo.
A paternidade te aproximou mais dos seus pais de alguma forma?
A política me afastou muito do meu pai e de alguns parentes, ne. Minha mão não, minha mãe foi uma pessoa muito sensata durante todo esse tempo. Me aproximou mais dela (a paternidade). Me aproximou mais das memórias, acho que a paternidade é uma máquina do tempo. Cada piscada que seu filho da pra você te leva a algum lugar seu da infância. Você pensa: ‘será que meu pai fazia isso comigo? Será que minha mãe fazia isso comigo? Será que tudo que eu to reclamando agora meus filhos vão reclamar de mim também. Mas acho que com o tempo vai reaproximar sim (do pai) até porque o pesadelo acabou.
Já que você tocou no assunto, já passou a eleição e seu pai continua nessa rusga?
Eu não sei, porque ele prefere não tocar no assunto, é uma escolha dele não falar de política. Ele acha que política e vida são duas coisas distintas . A gente sabe que não, viver é um ato político, então… Eu já falei pra que enquanto a gente não tocar nesse assunto, política, a gente não vai encontrar mais afinidade que a gente tinha em algum momento da vida. Acho que a gente vai encontrar muita gente nessa situação. Não é uma questão de amor, de gratidão… eu morro de gratidão pela minha família, pelo meu pai principalmente, por tudo que ele fez por mim. Agora afinidade é uma coisa infelizmente a gente perdeu ao longo desses quatro anos aí. Vamos ver se a gente retoma.

 

Emilio Dantas – Foto João Miguel Junior – TV Globo
Sobre o personagem, Rubinho era um canalha, esse também é?
É (risos), melhor resposta. Ele é. Não na linha do Rubinho, Rubinho era um pouco mais. Acho que o Rubinho não era tão carismático, era um cara mais introspectivo, ele queria o mundo pra ele sozinho, sem dividir muito os planos. O Théo é um cara que vai incluindo todo mundo no bololo dele e quando ele vê, ele se vê meio perdido.
O que te faz aceitar?
Acho que é o fato da gente poder retratar muitas vezes essas existências de diversas formas. Principalmente até transformando muitas vezes os personagens vilões porque já não funcionam mais os arquétipos, e trazendo pra realidade de hoje. O Paulo (José), de Todas as mulheres do mundo, ele passou longe de ser …. O motivo da gente aceitar é estar sempre renovando o olhar sobre determinados caráteres, determinados comportamentos, e adaptando isso pra realidade que a gente vive. A novela é isso, é um exercício de observação do nosso cotidiano.
Como está essa história de deixar os filhotes em casa pra gravar direto?
Horrível. Eu to curtindo muito (os filhos), passa muito rápido, mas ao mesmo tempo foi muito legal pra mim pegar um trabalho depois do nascimento deles porque eu sou realmente uma outra pessoa. Eu tenho milhões de ferramentas novas pra oferecer para o personagem, milhões de formas novas de enxergar tudo que eu faço. E também o prazer que estar construindo algo que eles vão ver depois. A gente vai poder trocar ideia sobre isso. Então eu to muito orgulhoso do meu trabalho e muito orgulhoso de poder fazer o meu trabalho sabendo que um dia isso vai ser entregue pra eles.
O que mudou?
Acho que eu fiquei mais calmo. Eu saí de uma quase depressão aí por causa da pandemia e desse governo e muito foi por conta deles (os filhos). Então mudou de 8 pra 80 mesmo. Eu acho que eu enxergo o afeto, o amor, o cuidado, o carinho, a atenção de uma maneira completamente distinta agora.
Você tem fé em que?
No planeta, habitado ou não. E uma grande potência que a gente. Eu acredito na gentileza, no cuidado, no afeto… em tudo que faz bem pra gente e faz bem pro outro. Acredito principalmente na empatia.