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Galeria Athena apresenta 2 apresentações individuais no dia 13 de maio

Laura Belém: um pássaro corta o espaço

Laura Belém - Corpos Sensíveis - Detalhe - Galeria Athena
Laura Belém – Corpos Sensíveis – Detalhe

 

A Galeria Athena tem o prazer de apresentar no dia 13 de maio, a partir das 16h, a exposição individual de Laura Belém: um pássaro corta o espaço, com texto de apresentação de Fernanda Lopes.

A mostra é a segunda individual da artista mineira na galeria e a primeira no espaço em Botafogo. Ocupando a Sala Cubo da Athena, a exposição conta com cerca de 30 trabalhos inéditos, pensados em conjunto especialmente para essa ocasião, em diferentes formatos e suportes: monotipias e colagens, fotografias, esculturas e instalações de diferentes materialidades, e uma obra em neon.

Laura Belém - Corpos Sensíveis
Laura Belém – Corpos Sensíveis

 

Em sua prática multidisciplinar, Laura Belém explora narrativas de memória, deslocamento e transitoriedade, onde o espaço, o tempo e a obra entram em diálogo. Em um pássaro corta o espaço, a artista volta seu olhar para temas como a natureza, o meio-ambiente e o cotidiano, buscando ressignificações dentro dessas temáticas, mas sem retirar delas o seu potencial lúdico e poético, ou uma vontade artística de despertar também o lado onírico acerca do que nos rodeia.

Laura Belém - Guardiães da mata
Laura Belém – Guardiães da mata

 

Dentre as obras apresentadas na exposição está a série de 16 monotipias e colagens intitulada Mutação, onde Belém mescla colagens com recortes de noticias de jornal sobre meio-ambiente, agro-negócio e mineração a impressões com guache feitas a partir de folhas de pata de vaca – uma árvore da Mata Atlântica e de outros biomas e facilmente encontrada em Belo Horizonte, onde a artista reside. Uma das leituras possíveis dessa série, também indicada pelo título da mesma, é a questão da mudança ambiental que vivemos, pontuada pelos vestígios das notícias e das folhas encontradas por Belém em suas andanças.

Laura Belém - Mutação
Laura Belém – Mutação

 

Além dessa série, destaca-se também uma grande escultura instalada no centro da sala, intitulada Montanha em espiral: uma referência à obra Spiral Jetty de Robert Smithson, ícone do movimento ‘Earthwork’ das décadas de 60 e 70. A instalação de Belém, em contraponto à obra de Smithson realizada na península Rozel Point (EUA), traz como materialidade cerca de uma tonelada de rejeito de minério de ferro, fruto do trabalho de desassoreamento de córregos nos arredores da capital mineira pelo Instituto Bacia Viva (Nova Lima, MG).

A escultura espiralada e pontuada por cangas de minério de ferro coletadas pela artista, apresenta uma materialidade densa e pesada, porém porosa, e nesse sentido se conecta à obra em neon instalada na parede próxima, intitulada poeira de sol.

“Para essa exposição, busquei pensar o espaço como um todo, considerando níveis físicos e espaciais de ocupação das obras, bem como fricções entre materialidades e conceitos. Os trabalhos se situam entre uma zona e outra: entre natureza e cultura, a matéria e o rastro, o presente e o ausente, o visível e o invisível, o familiar e o desconhecido, o banal e a reinvenção. Interessam-me as leituras e narrativas abertas que possam surgir a partir da interação entre dois ou mais elementos de naturezas distintas que, colocados juntos, geram novos significados.

Acredito no potencial do elemento poético como sensibilizador da percepção e do nosso habitar no mundo. Interessa-me pensar a natureza como um corpo vivo, em constante transformação, e a nossa relação com ela. Habitando uma zona entre uma coisa e outra, os trabalhos não se fecham em uma só interpretação e são permeados pelo movimento e pelo invisível – o que é também sugerido pelo título da mostra” – diz a artista.

Laura Belém
Laura Belém

 

Laura Belém

Laura Belém é bacharel em Artes pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (1996) e Mestre em Artes Plásticas pelo Central Saint Martins College of Art (2000 – Londres, Reino Unido). Participou em residências artísticas em diversas instituições, sendo as mais recentes: Wildbad Art Residency (2019 – Alemanha) e o Prêmio de Residência Delfina Foundation (2018 – Reino Unido). Dentre outros prêmios foram recebidos pela artista, estão: CIFO Grants and Commissions Program / “Emerging Recipientes” da Cisneros Fontanals Art Foundations (2011 – E.U.A.), Prêmio CNI SESI Marcantônio Vilaça para artes plásticas (2011 – São Paulo, Brasil) e Bolsa Pampulha do Museu de Arte da Pampulha (2004 – Belo Horizonte, Brasil).

Dentre as principais exposições individuais já realizadas destacam-se: 2022 – Concerto para cerejeiras (Casa de Cultura do Parque – São Paulo, Brasil); 2018 – Porque olhamos a natureza num mundo conturbado (Celma Albuquerque Galeria de Arte – Belo Horizonte, Brasil); 2016 – História Curtas (Galeria Athena – Rio de Janeiro, Brasil); 2015 – Ilha Restaurante (Casa do Baile – Belo Horizonte, Brasil); Hoje tem Cine (Sesc Palladium – Belo Horizonte, Brasil); Anekdota (Capela Morumbi – São Paulo, Brasil); 2012 – The Temple of a Thousand Bells (York St Mary’s – York, Reino Unido); 2011 – A Outra Paisagem (Galeria Luisa Strina – São Paulo, Brasil); entre outras.

Dentre as principais exposições coletivas estão: 2022 – Imperios delo plural (Museo de arte de Zapopan – Zapopan, México); 2020 – Artistas se divertem (Praça Adolfo Bloch – São Paulo, Brasil) ; 2019 – 3º Anto: O Verso (Museu do Louvre Pau Brazyl – São Paulo, Brasil); 2018 – Com o Ar Pesado Demais para Respirar (Galeria Athena – Rio de Janeiro, Brasil); 2017 – Tempo Presente (Espaço Cultural Porto Seguro – São Paulo, Brasil); 2016 – Transparência e reflexo (Museu Brasileiro da Escultura – São Paulo, Brasil); A spear, a spike, a point, a nail, a drip, a drop, the end of the tale (Ellen de Bruijne Projects – Amsterdam, Holanda); 2014 – Limited Visibility (CAM Raleigh Contemporary Art Museum – Raleigh, E.U.A.); 2013 – Amor e Ódio a Lygia Clark, (Zacheta National Gallery of Art – Varsóvia, Polônia); 2011 – Viewpoint (Cisneros Fontanals Art Foundation – Miami, E.U.A.); 2010 – The more things change (San Francisco Museum of Modern Arts – São Francisco, E.U.A.); 2007 – VI Bienal de Artes Visuais do Mercosul (Porto Alegre, Brasil); 2005 – 51st Venice Biennale (Veneza, Itália); entre outras.

Seu trabalho integra as coleções de instituições renomadas nacionais como o Museu de Arte da Pampulha e o Palácio das Artes, em Belo Horizonte, o Instituto Inhotim, em Brumadinho, Minas Gerais; e internacionais, como a Cisneros Fontanals Art Foundation em Miami e SFMoMa, em são Francisco, Estados Unidos. Além disso, Laura possui um trabalho permanente em Wildbad Park, na Alemanha.

 

Galeria Athena apresenta 2 apresentações individuais no dia 13 de maio

Yuri Firmeza: Agapanto Sísmico

A Galeria Athena tem o prazer de apresentar no dia 13 de maio, a partir das 16h, a obra
de Yuri Firmeza: Agapanto Sísmico.

Yuri Firmeza - Agapanto Sísmico
Yuri Firmeza – Agapanto Sísmico

 

Após estreia em Portugal em 2022, essa é a primeira vez que o filme Agapanto Sísmico, de Yuri Firmeza, é mostrado no Brasil. Ocupando a Sala Casa da Athena, esse trabalho foi comissionado durante a residência artística Fuso Insular na ilha de São Miguel, em Portugal, com objetivo de promover um encontro entre a paisagem da ilha e as pessoas que a habitam, oferecendo um novo olhar e um novo discurso que enriquecem o patrimônio artístico dos Açores. O projeto contou com a produção da Duplacena.

Yuri Firmeza - Agapanto Sísmico
Yuri Firmeza – Agapanto Sísmico

 

Tendo como ponto de partida um festejo popular – as tradicionais Cavalhadas de São Pedro -, Firmeza propõe uma ficção especulativa sobre a relação entre este santo padroeiro, um desastre natural (a imagem de São Pedro e a igreja a que deu o nome saíram ilesas da erupção vulcânica ocorrida no Pico do Sapateiro no século 16), o passado colonial, a religiosidade e a (re)encenação das cavalhadas para o tempo presente.

Yuri Firmeza - Agapanto Sísmico
Yuri Firmeza – Agapanto Sísmico

 

A reunião das experiências sobre uma erupção vulcânica, de um ato de fé nas Cavalhadas de São Pedro, do império reencenado e das tecnologias de monitoração da natureza se entrecruzam durante os 18 minutos de Agapanto Sísmico. Tal trama não é obstante da pesquisa de Firmeza, que propõe um adensamento de investigações que evocam várias possibilidades de reflexão sobre temporalidade, memória, experiências individuais e coletivas, pressionando os limites entre a ficção, o possível e o real.

Yuri Firmeza - Agapanto Sísmico
Yuri Firmeza – Agapanto Sísmico

 

“Estive fora do Brasil por quatro anos. Realizar Agapanto Sísmico durante residência na Ilha de São Miguel foi de algum modo entender, uma vez mais, as assimetrias históricas, suas violências coloniais na relação entre Brasil e Portugal. É significante a presença açoriana no Brasil, portanto, depois de tantos anos geograficamente distante, ir ao Açores foi, de algum modo, revisitar também o Brasil”, conta Yuri Firmeza.

Yuri Firmeza
Yuri Firmeza

 

Sobre Yuri Firmeza
Yuri Firmeza é mestre em Artes Visuais pela Escola de comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (2008), e graduado em Artes Visuais pela Faculdade Grande Fortaleza (2005). Dentre as exposições individuais destacam-se: 2017 – Palimpsest (Ateliê397 – São Paulo, Brasil); 2013 – Turvações estratigráficas (Museu de Arte do Rio – Rio de Janeiro, Brasil), Voragem (Demolden Video Project – Santander, Espanha); 2011 – Vida da Minha Vida (Centro Cultural Banco do Nordeste – Fortaleza, Brasil).

Realizou diversas exposições coletivas no Brasil e no exterior, entre as quais: 2023 – Se Arar (Pinacoteca do Ceará – Ceará, Brasil); 2020 – Casa Carioca (Museu de Arte do Rio – Rio de Janeiro, Breasil); 2019 – ArtNaif – Nenhum Museu a Menos (Escola de Artes Visuais do Parque Lage -Rio de Janeiro, Brasil), À Nordeste (SESC 24 de Maio – São Paulo, Brasil); 2018 – Arte-veículo (SESC Pompeia – São Paulo, Brasil), Queermuseu: cartografias da diferença na arte brasileira (Escola de Artes Visuais do Parque Lage – Rio de Janeiro, Brasil); 11º Bienal do Mercosul: Triângulo do Atlãntico (Porto Alegre, Brasil); 2017 – 14th Biennale Jogja: Stage of Hopelessness (Yogyakarta, Indonesia), Entre Nós: A Figura Humana no Acervo do MASP (Centro Cultural Banco do Brasil – Rio de Janeiro, Brasil); 2014 – 31º Bienal de São Paulo: Como (…) coisas que não existem (São Paulo, Brasil); 2013 – Amor e Ódio à Lygia Clark (Zacheta National Gallery of Art – Varsóvia, Polônia), P33: Formas Únicas da Continuidade no Espaço – 33º Panorama da Arte Brasileira (Museu de Arte Moderna de São Paulo – São Paulo, Brasil), entre outras.

Recebeu o prêmio Aquisição Fundação EDP/ MAAT – FUSO: Anual de Videoarte Internacional de Lisboa (Lisboa, Portugal) no ano de 2019, Marcantonio Vilaça SESI/CNI em 2009 e o Bolsa Pampulha em 2008. Yuri Firmeza tem trabalhos nas principais coleções brasileiras, como Museu de Arte Moderna de São Paulo (São Paulo, Brasil), Museu de Arte da Pampulha (Belo horizonte, Brasil), Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, Brasil) e Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, Brasil).

 

Galeria Athena
Rua Estácio Coimbra 50 – Botafogo . 22260 010 – Rio de Janeiro . Brasil
+ 55 21 2513 0703
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