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30 anos morria precocemente um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira: José Leonilson Bezerra Dias (1957, Fortaleza – 1993, São Paulo).

A Pinakotheke Cultural homenageia o artista, e ao mesmo tempo antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica exposição “Como Vai Você, Geração 80?”, em 1984, na EAV Parque Lage, reunindo 35 obras emblemáticas: 16 de Leonilson, e 19 outros artistas que também participaram do emblemático evento: Adir Sodré de Souza (1962), Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Chico Cunha (1957), Ciro Cozzolino (1959), Daniel Senise(1955), Fernando Barata (1951), Gervane de Paula (1962), Gonçalo Ivo (1958), Hilton Berredo (1954), Jorge Guinle (1947-1987), Leda Catunda (1961), Luiz Zerbini (1959) e Sérgio Romagnolo (1957).

Duas obras que serão expostas estiveram na mostra do Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, pertencente à Coleção Mac Niterói, com 5,20 metros x 3 metros, e a pintura “Metástase” (1981), de Jorge Guinle.

ADIR SODRÉ DE SOUZA (1962) Turista no Pantanal, 1983 óleo sobre tela, 99,5 x 118,5 cm coleção Lêo Pedrosa
ADIR SODRÉ DE SOUZA (1962) Turista no Pantanal, 1983 óleo sobre tela, 99,5 x 118,5 cm coleção Lêo Pedrosa

 

A Pinakotheke Cultural, em sua sede do Rio de Janeiro, vai inaugurar, no próximo dia 31 de julho, a exposição “Leonilson e a Geração 80”, em que homenageia o grande artista falecido há 30 anos, e antecipa a comemoração dos 40 anos da histórica mostra “Como Vai Você, Geração 80?”, em 1984, na EAV Parque Lage, que teve curadoria de Marcus Lontra Costa, Paulo Roberto Leal (1946-1991) e Sandra Magger (1956-2018).

O apoio da EAV Parque Lage, que permitiu a pesquisa de documentos e informações importantes em seus arquivos, foi decisivo para a realização desta exposição.

ALEX VALLAURI (1949-1987) Acrobata, 1983
ALEX VALLAURI (1949-1987) Acrobata, 1983

 

A curadoria de “Leonilson e a Geração 80” é de Max Perlingeiro, que selecionou 35 obras emblemáticas 16 de Leonilson, e 19 de outros artistas que também participaram do evento no Parque Lage: Adir Sodré de Souza (1962), Alex Vallauri (1949-1987), Beatriz Milhazes (1960), Chico Cunha (1957), Ciro Cozzolino (1959), Daniel Senise (1955), Fernando Barata (1951), Gervane de Paula (1962), Gonçalo Ivo (1958), Hilton Berredo (1954), Jorge Guinle (1947-1987), Leda Catunda (1961), Luiz Zerbini (1959) e Sérgio Romagnolo (1957).

BEATRIZ MILHAZES (1960) “A vênus morreu de amor”, 1983
BEATRIZ MILHAZES (1960) “A vênus morreu de amor”, 1983

 

Duas obras que serão expostas estiveram na mostra do Parque Lage: “Sonho de Valsa” (1984), de Chico Cunha, pertencente à Coleção Mac Niterói, com 5,20 metros de altura x 3 metros de comprimento, e a pintura “Metástase” (1981), de Jorge Guinle.  

Outra obra em grande dimensão é “Sem título [série Pindorama]”, de Hilton Berredo, uma pintura por dispersão sobre o polímero emborrachado EVA, de 3 metros de altura por 4,5 metros de comprimento.

CHICO CUNHA (1957) Sonho de Valsa, 1984
CHICO CUNHA (1957) Sonho de Valsa, 1984

 

PORTA-VOZ DA DIVERSIDADE

“Espécie de balanço realizado no calor da hora, a exposição ‘Como Vai Você, Geração 80?’ reuniu 123 artistas de idades e formações distintas, na sua grande maioria cariocas e paulistas. Se comentava na época que ‘era uma exposição carioca com apêndice paulista’. E uma das grandes revelações foi Leonilson. O artista explorava a figuração, os desenhos e pinturas da primeira fase de sua obra. O humor, a crítica social e as suas narrativas do cotidiano são marcas de seu trabalho”, afirma Max Perlingeiro.

HILTON BERREDO (1954) Sem título [série Pindorama], 1989
HILTON BERREDO (1954) Sem título [série Pindorama], 1989

Marcus Lontra Costa destaca que “Leonilson foi, e ainda é, a principal referência de uma geração que, saída dos anos de chumbo da ditadura, buscava recuperar a alegria, a coragem, e a ousadia de pintar o que se via, e o Brasil que se sonhava”. “A exposição de Leonilson na galeria Tomas Cohn, em 1983, foi o cartão de visitas que determinou os postulados dessa geração.

JORGE GUINLE (1947-1987) “Metástase”, 1981
JORGE GUINLE (1947-1987) “Metástase”, 1981

 

Leonilson criava desenhos e pinturas com grande apelo figurativo. Leonilson foi o porta-voz da diversidade, de uma arte confessional, íntima, que falando de si, de seus problemas e suas questões, alcançava um nível internacional e coletivo. Leonilson foi essa referência principal, e seu reconhecimento é mais do que merecido. Ele foi a síntese da criatividade da arte brasileira dos anos 1980”.

LEDA CATUNDA, 1961 “Vedação Vermelha”, 1984
LEDA CATUNDA, 1961 “Vedação Vermelha”, 1984

 

A exposição Leonilson e a Geração 80” foi realizada entre abril e junho na Multiarte, sede da Pinakotheke em Fortaleza, também em comemoração aos seus 35 anos de atividade. Para a exposição no Rio, foram acrescentadas três obras de Leonilson: “Dois jovens com a cabeça fora da terra” (1986), tinta acrílica e recorte sobre lona, 107 x 155 cm; “O que eles gostam” (1988), tinta acrílica, tinta metálica e recorte sobre lona, 98,5 x 66 cm; e “Macaco” (circa 1989), bordado e assemblage sobre lona, 206 x 46 x 0,5 cm, além de uma nova obra de Daniel Senise: “Levitation” (2001), acrílica e óxido de ferro sobre tela, 1,80 X 205,5 cm.

LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Dois jovens com a cabeça fora da terra, 1986
LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Dois jovens com a cabeça fora da terra, 1986

A exposição será acompanhada do catálogo “Leonilson e a Geração 80” (Edições Pinakotheke), com 72 páginas, imagens das obras, e textos de Max Perlingeiro, Marcus Lontra Costa, Sandra Mager, Paulo Roberto Leal e Frederico Morais.

Leonilson e a Geração 80 na Pinakotheke Cultural

 

SOBRE LEONILSON (1957, Fortaleza – 1993, São Paulo)

José Leonilson Bezerra Dias foi pintor, desenhista e escultor, e é considerado um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, e sua obra mostra-se, predominantemente, autobiográfica. Na trajetória do artista, “podem ser destacados três núcleos formativos: na primeira etapa (1983-88), busca uma definição estética por meio do “prazer da pintura”. Em seguida (1989-91), Leonilson encontra um ponto de firmeza no ponto de “abandono” e em sua inclinação para os valores românticos. Nos dois últimos anos de sua vida, a alegoria da doença domina por completo a linguagem.

LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Projeto para cartaz Leda Catunda, Sergio, Leonilson, Ciro Cozzolino, na Galeria Luisa Strina, 1984
LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Projeto para cartaz Leda Catunda, Sergio, Leonilson, Ciro Cozzolino, na Galeria Luisa Strina, 1984

Os anos de 1989 a 1993 são de intensa produtividade, quando faz uso de costuras e bordados considerados pela crítica especializada e pelos historiadores de arte como suas obras-primas. Em 1991, descobriu ser soropositivo. Precocemente falecido em 1993, com apenas 36 anos, tem tido sua memória preservada pela Sociedade dos Amigos do Projeto Leonilson, fundada em 1995, que é um centro de referência da sua vida e sua obra.

LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Sem título, 1984
LEONILSON [JOSÉ LEONILSON BEZERRA DIAS] (1957-1993) Sem título, 1984

Serviço: Exposição Leonilson e a Geração 80

Pinakotheke Cultural Rio de Janeiro

Visitação pública: 31 de julho a 23 de setembro de 2023

Curadoria: Max Perlingeiro

Entrada gratuita

Rua São Clemente 300, Botafogo

22260-004 – Rio de Janeiro – RJ

Entrada gratuita

Telefones: 21.2537.7566      

E-mail: contato@pinakotheke.com.br

Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h.

LUIZ ZERBINI (1959) Sem título, década de 1980
LUIZ ZERBINI (1959) Sem título, década de 1980