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Muito aguardado o lançamento do livro “Música no Museu – 25 anos, uma vida”.  que acontece amanhã (04/12) na Livraria da Travessa, em Ipanema. A iniciativa tem sua trajetória contada em livro. Música no Museu – 25 anos, uma vida é escrito pelo próprio Sergio da Costa e Silva, com prefácios do escritor e imortal Joaquim Falcão e do maestro Ricardo Tacuchian. A edição é assinada por Miguel Paiva.

“Música no Museu é o projeto mais bem-sucedido que conheço no Brasil” (Ana de Hollanda, ex-ministra da Cultura)

O Música no Museu é a maior e mais longeva série de música clássica do país, segundo o Rank Brasil, nosso Livros dos Recordes. E boas histórias não faltam. Catherine Michel veio apresentar-se na Sala Cecília Meireles e trouxe consigo seu então marido, o grande pianista Michel Legrand. E  quem se deu bem foi o público, brindado de lambuja com a participação do artista no concerto de Catherine.

Já a britânica Claire Jones, então harpista da rainha Elizabeth II (1926-2022), veio ao Brasil para o RioHarpFestival, um dos projetos surgidos a partir do Música no Museu. No Reino Unido, ela tocara no casamento do príncipe William com Kate Middleton e, 15 dias depois, apresentava-se com a mesma fidalguia em comunidades como Pavão-Pavãozinho e  Dona Marta. Ela foi, vejam vocês, do glamour da realeza à crua realidade de um país desigual.

Música
Heloisa Lustosa, Paulo Moura e Francisco Weffort

 

Já em Hanói, o Duo Jerzy Milewsky e a pianista Aleida Schweitzer apresentaram-se dentro das celebrações pelos 25 anos das relações entre Brasil e Vietnã. Representantes daquele governo homenagearam os músicos com corbeilles de flores que, lá, assemelham-se a nossas coras funerárias. Os mimos, enormes, pegaram de surpresa os artistas. Para afastá-los do cenário, o jeito foi transferir a apresentação a outro salão. Pano rápido.

O livro é dividido em 14 capítulos e dois apêndices e vai para além dos episódios e curiosidades relacionados ao projeto. O autor abre espaço para lembrar todos os instrumentistas que passaram pelo projeto e agradecer aos espaços culturais que abrigaram a iniciativa assim como render homenagens as instituições que apoiaram o projeto, sem as quais não teria sido possível chegar a esse 1\4 de século de existência.

Sergio da Costa e Silva, Fernanda Montenegro, Ruy Guerra e Othon Bastos

Tudo isso ricamente ilustrado pelos cartazes e programas dos concertos – assinados por grandes nomes como Carlos Bracher, Oscar Araripe e Ziraldo, entre muitos outros –, fotografias e reproduções dos registros publicados pela grande imprensa, tanto do Brasil quanto do exterior.

E são muitos os feitos relacionados ao projeto, que rendeu desdobramentos como o supracitado RioHarpFestival (o maior festival de harpas do mundo e que chegou à sua 18ª edição) e o RioWindsFestival, dedicado aos instrumentos de sopros. No ano de 2005, o projeto chegou a Paris.

Dez anos depois, a Portugal, para as celebrações dos 725 anos da Universidade de Coimbra, uma das mais antigas do mundo. E, em 2020, voltaria àquela instituição nos festejos de seus 730 anos. No âmbito internacional, coube à pianista Fernanda Canaud apresentar o primeiro concerto de música brasileira no Museu Guggenheim de Bilbao, na Espanha.

Sergio da Costa e Silva, Nelson Freire e Lang Lang

 

Se coube à pianista brasileira aquela primazia, o projeto foi também o meio escolhido por certos artistas para despedirem-se do público. Foi numa apresentação no teatro da Academia Brasileira de Letras (ABL), em setembro de 2022, que o grande cravista Roberto de Regina despediu-se, aos 95 anos, dos palcos. Foi também através do Música no Museu que o  pianista William Lehninger Swist, fenômeno com apenas 11 anos, fez, neste ano, seu primeiro concerto no Brasil.

Uns saem de cena e outros chegam – e o show não pode parar. A vida segue, num acaso de sucessões e encontros. E chegar a 25 anos de trajetória é um feito a se celebrar. Como sugere de forma auspiciosa Ricardo Tacuchian, que venham mais 25 anos de novas surpresas.